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SchellingPM Podemos considerar a doutrina de Lao-Tsé (Lao-Kium) sob uma perspectiva completamente diferente; ela é efetivamente especulativa num sentido totalmente distinto da moral política de Confúcio. Ambos (Confúcio e Lao-Tsé) foram contemporâneos, viveram no século VI antes de Cristo. Enquanto Confúcio se esforçava para reduzir toda teoria e sabedoria às bases antigas do Estado chinês,…
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SavianiOH Refletindo sobre a noção multifacetada de vacuidade ou insubstancialidade (jap. kū), central na especulação budista do Madhyamaka, que remonta ao pensador indiano Nāgārjuna (séc. II d.C.) (sâns. śūnyatā), bem como na tradição taoísta e budista ch’an chinesa (chin. wu), os pensadores de Kyoto buscaram desenvolver uma verdadeira “meontologia”. Nela, o “Nada” (jap. mu)—a “Nada…
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SavianiOH Como mencionamos, surgida nos anos 1920 com Kitarō Nishida (1870-1945) e desenvolvida até os dias atuais ao longo de quatro gerações de pensadores, a escola de pensamento florescida na Universidade Imperial de Quioto representa uma das tentativas mais interessantes de estabelecer um diálogo e uma síntese entre o pensamento ocidental e oriental. Em particular,…
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SavianiOH Se o confronto com o taoísmo se manifestou, como veremos, em menções significativas mas esporádicas ao Chuang-tzu e na breve colaboração com Hsiao — da qual, aliás, não se detectam traços explícitos em suas obras póstumas [Nachlass] —, o confronto com o budismo zen está documentado por uma série de testemunhos muito mais numerosos.…
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VetoKS Estudar o conhecimento em termos de advento a partir da consciência é um exemplo da busca pelas origens; porém, no idealismo transcendental, a origem é compreendida como causa, não apenas como tempo e lugar de nascimento. Desde Aristóteles, a filosofia privilegia, acima de tudo, a explicação causal, mas, de certa forma, a verdade dessa…
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VetoKS A realização da impossibilidade da interrogação cronológica, da busca do começo, não condena a filosofia à impotência, à simples admissão do inconcebível. Antes, permite-lhe aprofundar sua reflexão e retificar seu método. A suspensão da questão do Primeiro empírico-cronológico conduz a um alargamento, a uma formalização do Primordial. O abandono das escavações nos arquivos da…
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VetoKS O jovem Fichte estava convencido da verdade do espinozismo e somente a leitura de Kant lhe permitiu libertar-se da crença no determinismo universal. Foi a Crítica que o levou a fundamentar na metafísica a primazia do prático ou, mais precisamente, uma metafísica cujo primeiro princípio é o eu autônomo. Sem dúvida, o ensinamento sobre…
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VetoKS A verdade da Wissenschaftslehre está acima das discussões e disputas da época. Fichte, certamente, faria tudo para torná-la acessível aos seus contemporâneos, mas, ao persistir em expô-la contra ventos e marés, ele não trabalha por um fim contingente particular. Em última instância, é-lhe indiferente que a doutrina seja compreendida. Ele a confia, por assim…
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VetoKS A Wissenschaftslehre fichteana é a realização, o aperfeiçoamento da crítica da razão pura teórica. Ora, o fichteismo não se limita a completar as deficiências da Crítica [de Kant], não se limita a preencher as lacunas entre as categorias. Ele também consegue enunciar, em toda a sua generalidade, a nova inteligibilidade do transcendental. A subjetividade…
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BadiouSH O conjunto dessas declarações programáticas afirma claramente que a poesia, a poesia objetiva, como diria Rimbaud, não obedece à conexão entre o sujeito e a verdade. Na medida em que há uma verdade no poema, ela ocorre por si só. A poesia subjetiva não é nada, e o preço a pagar pela verdade poética…
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Finch1995 Como Wittgenstein se posiciona em relação à Era da Computação, o resultado mais distante da Era da Abstração, que Wittgenstein anuncia como encerrada? Quero sugerir que a Era da Computação, corretamente compreendida, já está do outro lado da divisão e, embora ainda não o entendamos completamente, no computador, a Era da Abstração completou sua…
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LiberaAS1 Não podemos dizer no momento quem, entre os modernos, foi o primeiro a falar de “sujeito” ao ler ou discutir Descartes. Certa passagem de Henri Gouhier sugere que Maine de Biran pode ter introduzido a expressão “sujeito psicológico” em relação ao cogito 1. O que é certo é que o autor do Ensaio sobre…
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LiberaAS3a Os filósofos fazem todo tipo de pergunta sobre o pensamento. Quem pensa? Sou eu o autor dos meus pensamentos? Qual é o lugar do pensamento? Qual é seu palco ou sua cena? Em que medida os pensamentos que me vêm à mente ou que tenho são realmente meus? Sou proprietário do meu próprio pensamento?…
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Lichtenberg2012 Todas as línguas possuem expressões como “Eu penso”, “Eu sinto”, “Eu respiro”, “Eu fui impactado”, “Eu comparo”, “Eu lembro da cor” e “Eu lembro da proposição”. Aquilo em nós que lembra uma cor e aquilo que lembra uma proposição talvez sejam tão distintos quanto o que é impactado ou o que compara. Tudo exerce…
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Lichtenberg2012 Nada é mais difícil na filosofia do que abordar uma ideia desde o princípio e, ainda assim, ao considerá-la, utilizar o conhecimento já adquirido: pensar, por exemplo, sobre a imortalidade da alma sem ter em mente um fim ou propósito determinado. Frequentemente, tiramos uma conclusão a partir da sexta inferência e simplesmente adicionamos a…
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Lichtenberg2012 Que os homens sempre ajam movidos pelo interesse próprio é algo útil para o filósofo saber; contudo, ele não deve pautar suas próprias ações por tal princípio, mas sim conformá-las aos costumes do mundo. Assim como um escritor perspicaz não se afasta do uso comum das palavras, também um bom cidadão não deve desviar-se…
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Lichtenberg2012 Cada pessoa tem seu próprio domínio de conhecimento no qual pode se orientar melhor do que a maioria dos filósofos em seus próprios campos. Dentro desse domínio, uma pessoa percebe de imediato o que é ridículo, sutil, tolo ou supérfluo. Quando compreendo o propósito de algo e estou familiarizado com os métodos estabelecidos, deve…
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Lichtenberg2012 Vemos com nossos dois olhos apenas uma imagem, desde que as imagens estejam à mesma distância e, assim, formem uma imagem de tamanho igual na túnica da retina. Em outros casos, porém, a imagem parece duplicada: quando seguro um objeto perto de um olho e o observo com ambos, quando a imagem não cai…
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Lichtenberg2012 É possível adquirir um conhecimento mais distinto sobre uma determinada substância do que aquele obtido por ser essa própria substância? Sabemos pouco sobre nossas almas, e somos nossas almas. A quem pertence, então, ter mais conhecimento sobre nossas almas do que nós mesmos, e por que há algo nelas que permanece desconhecido para nós?…
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Lichtenberg2012 Nossas disposições são tão diversas quanto nossos rostos, pois quem poderia provar que nossas constituições internas, especialmente nossos cérebros, não diferem significativamente? Quão variadas também são as experiências que moldam nossas atitudes e opiniões! Por isso, elas sempre permanecem humanas. A maioria das pessoas simplesmente adota as mesmas opiniões que os outros. Os alemães…