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experienciar
quinta-feira 25 de janeiro de 2024
VIDE
- aisthesis?
Cristologia Nicolau de Cusa Da Douta Ignorância
Não resta dúvida? de que o homem esteja formado por uma sensibilidade e um entendimento, unidos por uma razão que lhes serve de intermediário. Na ordem? das coisas?, a sensibilidade está subordinada à razão, que por sua vez está subordinada ao entendimento. O entendimento não pertence ao tempo? e ao mundo?, de que é absolutamente independente?. A sensibilidade pertence ao mundo, submetida ao tempo e ao movimento?. A razão está como que no horizonte?, no que concerne ao entendimento; como que sob os olhos, no que se refere à sensibilidade: nela coincidem as coisas que estão sob e acima do tempo. A sensibilidade é incapaz das coisas supratemporais e espirituais. O animal?, portanto, não percebe o que está em Deus?, pois Deus é espírito? e mais ainda, e por isto?, o conhecimento? sensível está submerso nas trevas da ignorância das coisas eternas; move-se segundo a carne? em direção aos desejos da carne em virtude? de sua potência concupiscível e é incapaz de repelir esses desejos em virtude de sua potência irascível. A razão, porém, que por sua natureza? possui um poder? eminente, por sua participação da natureza do entendimento, encerra em si certas leis graças às quais regula como dirigente até as paixões do desejo, reduzindo-as a justa medida?, por temor a que o homem, colocando seu fim? nas coisas sensíveis, se prive assim do desejo espiritual do entendimento. (...)
O entendimento, ao empreender seu voo, vê que, muito embora a sensibilidade de todo se submetesse à razão e se negasse a obedecer as paixões que lhe são congênitas, não poderia o homem chegar por si? mesmo ao seu fim: suas afeições intelectuais e eternas. Pois nasceu o homem da semente de Adão nos prazeres da carne, ato? no qual a animalidade, de acordo? com as necessidades da propagação da espécie, predomina sobre a espiritualidade. Desse modo?, sua natureza por si mesma, submersa pelas raízes de suas origens nas delícias da carne, graças às quais o homem nasce de seu pai e vem à existência, permanece radicalmente impotente para transcender as coisas temporais e abarcar o espiritual. Por isto, se o peso dos prazeres da carne seduz a razão e o entendimento, ao ponto? de não conseguirem resistir a estes movimentos, é claro que o homem assim seduzido e separado de Deus está privado inteiramente do gozo do sumo bem?, que está para o entendimento nas coisas superiores e eternas. Se, pelo contrário, a razão domina a sensibilidade, é ainda necessário que o entendimento domine a razão, a fim de que o homem, além ainda da razão, graças à fé, possa aderir-se ao Mediador, e possa assim Deus associá-lo a sua glória.
Filosofia? Michel Henry !Michel Henry Verdade? - EU SOU? A VERDADE O que deve ser? afastado sem desvio da análise da vida, se ao menos queremos apreender esta como realizar em si mesma e compreender além do mais a maneira da qual ela o faz, é o conceito? de Ser - ser. Como já observamos, empregamos a respeito? da vida a palavra? “Ser - ser” — dizendo por exemplo e tendo esta expressão falaciosa por uma evidência: “a vida é” — que tanto quanto dela falemos na linguagem? dos homens, que é aquela do mundo — que é precisamente aquela do Ser. A vida não “é”. Ela advém e não cessa de advir. Esta vinda incessante da vida, é seu eterno realizar em si, o qual é um processo sem fim, um movimento. Na cumprimento eterno deste processo a vida se projeta em si, se choca contra si, se experiencia a si mesma, desfruta de si, produzindo constantemente sua própria essência na medida que esta consiste neste desfrute de si e se esgote nela. Assim a vida se engendra continuamente ela mesma. Nesta auto-geração que não tem fim se cumpre a efetuação fenomenológica ativa do vir em si da vida como vir no se experienciar? a si mesma no qual reside todo viver concebível. Levado pelo vir a si da vida e o cumprimento, o “se experienciar a si mesma” é ele mesmo um processo no qual o que é experienciado advém como do sempre novamente experienciado enquanto que o viver permanece nele como o que o experiencia sempre de novo. A vida é um auto-movimento se auto-experienciando e não cessando de se auto-experienciar em seu movimento mesmo — de tal maneira que deste movimento se auto-experienciando nada? se destaca jamais, nada escorrega fora dele, fora deste auto-experienciar se movendo. O movimento pelo qual a vida não cessa de vir em si e assim ao desfrute de si — o movimento de seu próprio viver que ele mesmo não cessa, não se destaca jamais de si mas permanece eternamente em si — tal é portanto o processo no qual consiste a essência da vida, sua auto-geração.
Do fato? que a vinda em si da vida é sua vinda no “se experienciar a si mesma” onde, se experienciando a si mesma, ela desfruta de si, segue que este desfrute de si, este “se sentir a si mesma” é a forma? primeira de toda fenomenalidade? concebível. Ora a vinda em si da vida não é somente o nascimento originário da fenomenalidade, quer dizer também da revelação. Nela se revela de maneira incontestável a maneira pela qual esta fenomenalidade se fenomenaliza, pela qual esta revelação se revela: como pathos? e na carne afetiva deste. Assim sendo nada de outro não se revela nela senão ela mesma. É o que quer dizer “se experienciar a si mesma”: experienciar o que não é em sua carne nada mais que o que a experiencia. Esta identidade? de experienciando e de experienciado é a essência original da Ipseidade?. Isto também, assim, não pode nos escapar: no processo de auto-geração da vida como processo pelo qual a vida vem em si, se choca contra si, se experiencia a si mesma e desfruta de si, uma Ipseidade essencial é implicada como a condição sem a qual e fora da qual nenhum processo desta espécie não se produziria jamais. A Ipseidade não é uma simples? condição do processo de auto-geração da vida: ela lhe é interior como a maneira mesma pela qual este processo se cumpre. Assim se edifica, conjuntamente com a vinda em si da vida no se experienciar a si mesma do desfrute de si, a Ipseidade original e essencial da qual o se experienciar a si mesma tem sua possibilidade?, a Ipseidade em que e como que tudo se experiencia a si mesma se cumpre.