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ISTO

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

Dissemos: as coisas? singulares à nossa volta são «estas coisas». Quando dizemos de alguma coisa? que vem ao nosso encontro que é isto?, dizemos, de um modo? geral?, algo sobre a própria coisa? «Isto», quer dizer, o que está aí, quer dizer, o que indicamos agora. No «isto» está presente? um mostrar, um indicar. Na verdade?, ao fazê-lo, damos a outra pessoa? — aos que estão connosco, por quem? estamos acompanhados — uma indicação acerca de qualquer coisa. E, na verdade, uma instrução no âmbito do «aí» — o «aí», isto aí. O «isto» significa rigorosamente aí, na proximidade? imediata, enquanto, através de «aquilo», visamos qualquer coisa que está longe, mas também ainda no âmbito do aí e do ali — este aí, aquele ali. Aqui, a língua latina possui distinções ainda mais rigorosas: hic, quer dizer «este aqui», iste, «o que está ali» e ille, «aquele, ainda mais afastado»; o correspondente ao grego ekei? — com o qual os poetas visam o que está afastado, o que nós chamamos o «mais-além».

Palavras como «isto» e «aquilo» são chamadas, pela gramática, demonstrativa: as palavras demonstram, indicam... A característica linguística universal destas palavras indicadoras é expressa pela designação Pronomina, pro-nomes (Für-wörter); autonymia. diziam os gregos, quer dizer, os gramáticos que estabeleceram o padrão para a totalidade da gramática ocidental. Autonymia deiktikai. Neste modo de designar palavras como «isto» e «aquilo» reside uma determinada interpretação e concepção da sua essência. Tal concepção é, na verdade, marcante para a gramática ocidental, mas é desorientadora. A expressão pro-nome (Fürwort) — Wort entendido como Nomen, nome, substantivo — significa que palavras tais como «isto» se colocam no lugar dos substantivos; é isso que elas fazem-, mas isso é, somente, o que elas também fazem. Falamos do giz e nem sempre dizemos o seu nome, mas empregamos, em seu lugar, o termo? «isto»; mas o papel de substituto que lhe é atribuído não é a essência originária do pro-nome. O seu trabalho? de designação é ainda mais originário. Compreendemos isto imediatamente quando reparamos que os artigos «o» (masculino), «a», «o» (neutro), resultam das palavras indicadoras. Como se sabe, colocamos o artigo antes do substantivo. O sentido? do artigo ultrapassa, em todos os casos, o substantivo. O nomear, próprio do substantivo, realiza-se sempre a partir de um indicar. Trata-se de um «demonstrar», um deixar-ver aquilo que vem ao encontro e está presente. O trabalho de nomeação que se realiza no demonstrativo pertence ao que é mais próprio ao dizer em geral; não é uma mera substituição, de carácter secundário e subordinado.

Ter em atenção o que foi dito? é importante para uma correta avaliação do «isto». Ele encontra-se, em todo o caso, em cada nomear enquanto tal. Na medida? em que as coisas vêm ao nosso encontro, chegam com a característica do «isto». Mas, apesar de tudo, dizemos ainda que o «isto» não é uma característica da própria coisa. O «isto» nomeia as coisas na medida, somente, em que são objeto? de uma indicação que se lhes dirige. Mas os que falam sobre elas e as visam, que utilizam tais palavras indicadoras, os homens, são sempre sujeitos individuais. O «isto» em vez de ser? uma característica da própria coisa, é apenas um acréscimo subjetivo, vindo do nosso lado.