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  • PHCI Já encontramos várias vezes, nas páginas anteriores, o nome de Epicteto, e isso não é de espantar, pois ele é evocado repetidamente nas Meditações. Marco Aurélio expressa sua gratidão a Rústico, seu mestre no estoicismo, por ter-lhe comunicado as anotações feitas nas aulas de Epicteto; além disso, ele cita explicitamente várias vezes textos deste…

  • PHCI “Você é uma pequena alma que carrega um cadáver, como disse Epicteto” (IV,41). “Quando se dá um beijo a um filho, diz Epicteto, é preciso dizer interiormente: amanhã talvez você esteja morto…” (XI,34). Estas são as duas citações explícitas de Epicteto que se encontram nas Meditações. O primeiro texto não se encontra nos quatro…

  • PHCI Algumas citações de filósofos aparecem ocasionalmente nas Meditações. É possível que Marco Aurélio tenha lido alguns desses autores, mas ele também pode tê-los encontrado ao longo de suas leituras estoicas. Heráclito, por exemplo, era aos olhos dos estoicos o grande ancestral. Vários textos do filósofo de Éfeso aparecem nas Meditações, mas é difícil distinguir…

  • PHCI Constatamos ao longo destas análises que as Meditações se apresentam como variações sobre um pequeno número de temas. Isso resulta em muitas repetições, às vezes quase literais. Já encontramos vários exemplos e podemos adicionar mais alguns: “Aquilo que não torna o homem pior, como poderia piorar a vida que ele leva?” (II,11,4). “Aquilo que…

  • PHCI Os Pensamentos não se contentam em formular as regras de vida e os dogmas dos quais se alimentam. Não é apenas a razão que se exercita nelas, mas também a imaginação, quando Marco Aurélio não se limita a dizer que a vida é breve e que em breve será necessário morrer devido à lei…

  • PHCI A conduta prática, como vimos, obedece a três regras de vida que determinam a relação do indivíduo com o curso necessário da Natureza, com os outros homens e com seu próprio pensamento. Assim como a exposição dos dogmas, a exposição das regras de vida é fortemente estruturada em Marco Aurélio. As três regras de…

  • PHCI Mas não basta “fazer retiro” voltando frequentemente a esses dogmas para reorientar sua ação (pois, na arte de viver, não se deve fazer nada que não esteja de acordo com “os teoremas da arte”, IV,2), é preciso também remontar frequentemente a seus fundamentos teóricos. Marco Aurélio expressa claramente essa necessidade em um texto do…

  • PHCI Do princípio absolutamente primeiro segundo o qual só há bem o bem moral e mal o mal moral (II,1,3), resulta que nem a dor nem o prazer são males (IV,3,6; XII,8), que a única vergonha é o mal moral (II,1,3), que a falta cometida contra nós não nos afeta (II,1,3; XII,26), mas que quem…

  • PHCI Esses dogmas, esses princípios fundadores e fundamentais eram objeto de demonstrações na escola estoica. Essas demonstrações, Marco Aurélio as aprendeu com seus mestres estoicos, Junius Rusticus, Apolônio, Sexto, aos quais presta homenagem no primeiro livro de Pensamentos, e ele as leu especialmente nos Discursos de Epicteto compilados por Arriano, dos quais falaremos novamente. Ele…

  • LKCE Temos alguma relutância em abordar essa questão, pois, para respondê-la adequadamente, seria necessário discutir toda a extraordinariamente prolífica literatura filosófica que se esforça para impor este ou aquele conteúdo a essa palavra nebulosa — o “panteísmo”. Tal discussão poderia facilmente assumir, na presente obra, as proporções de um tumor monstruoso. Por isso, remetendo o…

  • FFBE

  • FFBE Passando aos três principais temas do livro, o primeiro, si, contrasta com a doutrina hindu do Atman (Si). O budismo proclama a doutrina do anatman (não-si), que significa que não há um substrato psicológico permanente e imutável, ou ego individual, subjacente à nossa experiência. Mas este não-si, não completamente diferente da doutrina advaita de…

  • AMCNH1 Do modo de valoração judaica surge um tipo de décadence não ingênua. Esse novo tipo de décadence identifica-se com um modo de “inversão de valores, graças ao qual a vida na Terra adquiriu um novo e perigoso atrativo por alguns milênios”.1 Essa periculosidade está ligada ao modo de conservação do tipo sacerdotal de valoração.…

  • FingaretteD Então, deixe-me olhar para mim como o Narrador de minha história. Como a maioria dos narradores, sou geralmente apenas um observador, invisível por trás da cena. Leio sobre as coisas, ouço sobre elas, as vejo na TV, as vejo enquanto sigo minha rotina diária. Tudo isso pertence ao meu mundo, o mundo que observo,…

  • FingaretteD Em um sentido mais literal, meu mundo é minha história. A estrutura do meu mundo não é meramente análoga à estrutura da história. A forma como minha vida tem significado para si é a mesma que na narrativa. Ou seja, experimento minha vida como uma sequência de eventos no tempo relacionados a pessoas, ações,…

  • FingaretteD Perguntei por que deveria me preocupar com minha morte, já que quando essa hora chegar não haverá nada de aflitivo nela para mim. É iluminador fazer uma pergunta análoga sobre a eventual morte de um personagem em um drama: Como a morte do herói trágico poderia surgir como tragédia se ele estará morto e,…

  • MacIntyreAV A tese central começa então a emergir: o homem é, em suas ações e práticas, assim como em suas ficções, essencialmente um animal contador de histórias. Ele não é essencialmente, mas se torna, através de sua história, um narrador de histórias que aspiram à verdade. Mas a questão fundamental para os homens não é…

  • MGabrielNE Meu próprio termo para “a ordem puramente natural” é universo. Eu distingo entre o universo e o mundo. Enquanto o primeiro se refere ao domínio dos objetos estudados pelas nossas melhores ciências naturais (talvez idealmente por uma física unificada futurística ou, dependendo do status da unidade/desunião da ciência, por qualquer conjunto relevante de disciplinas…

  • MGabrielNE É uma suposição generalizada na cultura científica contemporânea que a existência de objetos mentais se apoia em bases muito frágeis. Em contraste, os objetos físicos são considerados existentes além de qualquer dúvida razoável. Chamemos a isso a assimetria ontológica pós-cartesiana. Enquanto Descartes, como muitos de seus predecessores, argumentou descaradamente pela assimetria inversa, alegando não…

  • MGabrielSE O espaço, o tempo e o âmbito que eles desdobram — chamemos-lhe universo — são supervalorizados na filosofia moderna como princípio de individuação. Não podemos ajudar-nos aqui com uma referência à física ou a outra ciência natural. Portanto, se quisermos abordar sem preconceitos ou de forma neutra a questão do significado da “existência”, é…

Filosofia – Pensadores e Obras