fogo e água

É necessário notar que o fogo e a água são dois elementos opostos, oposição esta que, no entanto, consiste apenas na aparência exterior de um complementarismo; além do domínio em que se manifestam as oposições, devem, como todos os contrários, tocarem-se e reunirem-se de uma certa forma. No próprio Princípio, do qual o Sol é uma imagem sensível, eles se identificam de algum modo, o que justifica ainda mais completamente a figuração que acabamos de estudar. E, mesmo nos níveis inferiores a esse, mas que correspondem a estados de manifestação superiores ao mundo corporal, ao qual pertencem o fogo e a água sob o aspecto "grosseiro" que dá margem à sua oposição, pode ainda existir entre eles uma associação que, por assim dizer, equivale a uma identidade relativa. Isso é verdadeiro para as "águas superiores", que são as possibilidades da manifestação informal, e que, num certo sentido, são representadas simbolicamente pelas nuvens, das quais a chuva desce sobre a terra, ao mesmo tempo em que o fogo nelas reside sob a forma de raio. E isso também ocorre, na ordem da manifestação formal, com certas possibilidades pertencentes ao domínio sutil. [Guénon]