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Literatura
Em seu ensaio sobre a essência da literatura, Sartre concretizou no devoilement das forças obstrutivas da liberdade e da subjetividade, na denúncia e superação do poder do “mal”, isto é, do dinheiro , da ignorância, da opressão e do esmagamento do eu pelo eu, o tema próprio da fabulação literária. Esse desvelamento é, ao mesmo tempo, uma volta-a-si do homem , em consequência da tomada de consciência que emana das forças em luta e da dialética das consciências que encarna. Mesmo o romance que explora a servidão humana, a impotência diante da noite das paixões é, em última instância, uma ilustração no caminho do reconhecimento, um estar-além dessas paixões e uma forma de catarse e purificação. No fundo, a experiência da criação literária é uma continuação da experiência efetiva da História, uma promoção, ativação ou antecipação dessa vida.
Afirmamos aqui que os limites da imaginação literária, em sua forma humanística, são assinalados pelos próprios limites do projeto humano, pelo conteúdo da Matriz mitopoética. O pensamento atual tende a aceitar que esse projeto não é uma quantidade absoluta da História, algo de constante através dos tempos, mas um determinado projeto, isto é, algo de oferecido como forma a se realizar. A literatura também fez parte do acervo de virtualidades emergentes da Fonte. Toda operação ou fruição artística supõe, como vimos, uma “abertura ”, um espaço de movimento onde explanar o explanável. Esse explanável é constituído pela demografia lendária que enche os espaços do mundo, os personagens e paradigmas que, como arquétipos, orientam, infletem e delineiam as geodésicas da ação. [VFSTM :136]
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René Daumal – L’envers de la tête
23 de novembro de 2022, por Cardoso de Castro
Notre grande peur. Dès que leurs visages furent tournés vers le dehors, les hommes devinrent incapables de se voir eux-mêmes, et c’est notre grande infirmité. Ne pouvant nous voir, nous nous imaginons. Et chacun, se rêvant soi-même et rêvant les autres, reste seul derrière son visage. Pour se voir, il faut d’abord être vu, se voir vu. Or, il y a sûrement une possibilité pour l’homme de réapprendre à se voir, de se refaire un œil intérieur. Mais le plus grave, et le plus étrange, c’est que nous avons peur, (...)
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René Daumal – Histoire des hommes-creux et de la rose-amère
23 de novembro de 2022, por Cardoso de Castro
Les Hommes-creux habitent dans la pierre, ils y circulent comme des cavernes voyageuses. Dans la glace, ils se promènent comme des bulles en forme d’hommes. Mais dans l’air ils ne s’aventurent, car le vent les emporterait.
Ils ont des maisons dans la pierre, dont les murs sont faits de trous, et des tentes dans la glace, dont la toile est faite de bulles. Le jour ils restent dans la pierre, et la nuit errent dans la glace, où ils dansent à la pleine lune. Mais ne voient jamais le soleil, (...)
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Meyrink (Visage Vert) – Despertar é tudo...
20 de novembro de 2022, por Cardoso de Castro
MEYRINK, Gustav. Le Visage vert. Traduit de l’allemand par A. D. Sampieri. Préface et glossaire de Serge Hutin. Paris: La Colombe, 1964
A chave que nos tornará mestres da natureza interior ficou enferrujada desde o dilúvio.
Ela chama-se: velar. Velar é tudo.
O homem está firmemente convencido de que vela; mas na realidade, é apanhado numa rede de sono e de sonho que ele próprio teceu. Quanto mais apertada é essa rede, mais poderosamente reina o sono, Aqueles que estão presos nas suas malhas são (...)
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Balzac (Serafita) – fragmentos de visão
19 de novembro de 2022, por Cardoso de Castro
Cada mundo tenía un centro al que tendían todos los puntos de la esfera. Estos mundos eran a su vez puntos que tendían al centro de su especie. Y cada especie poseía, igualmente, su centro dirigido hacia las grandes regiones celestes que comunicaban con el intangible y flameante motor de cuanto existe.
El espíritu llama a la PUERTA SANTA. «¿Qué quieres?», responde un coro cuya pregunta resuena por todos los mundos. «Llegar a Dios». «¿Has vencido?» «He vencido la carne por la abstinencia, las falsas (...)
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Rolland de Renéville: SCIENCES MAUDITES ET POETES MAUDITS
17 de novembro de 2022, por Cardoso de Castro
Les cahiers d’Hermès. Dir. Roland de Renéville. La Colombe, 1947
Il est de vérité courante que la fin du dix-huitième siècle et le commencement du dix-neuvième furent caractérisés par une volonté de recherche dégagée des contraintes de toute foi. On pourrait déduire de certaines apparences que la dure lutte que les Encyclopédistes entreprirent contre les dogmes religieux, et que les adeptes des divers matérialismes prolongèrent à leur tour, allait détourner les chercheurs de connaissances qui méritaient (...)
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Dante (DC) – Inferno - resumo dos 34 cantos
4 de novembro de 2022, por Cardoso de Castro
Divina Comédia – Inferno
Resumo dos cantos a partir de LALLEMENT, Louis. Le sens symbolique de la Divine Comédie. I Enfer. Paris: Guy Trédaniel, 1984
-* Canto 1 Saindo de uma floresta obscura, Dante vê brilhar uma luz sobre um pico Tenta aí subir, mas três bestas o impedem disto. Surge Virgílio, que se oferece a conduzi-lo lá, passando pelos infernos; a ascensão direta sendo impedida por uma loba que somente será vencida, mais tarde, por um labrador simbólico, o Veltro. Virgílio abre para Dante a (...)
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Jean Biès (Hermes) – René Daumal et l’expérience Gurdjieff
13 de setembro de 2022, por Cardoso de Castro
Qualquer estudo sobre René Daumal sem dar a sua aventura Gurdjieff a importância que ela merece se condenaria a uma total incompreensão deste poeta. A sua experiência parece-nos tanto mais interessante quanto é a de um homem criado no mais severo agnosticismo, exposto às aberrações abissais do seu tempo, entregue aos tormentos da morte e à vertigem da espera; sem referências precisas, tanto em política quanto em poesia ou filosofia; espiritualmente faminto e abandonado à própria sorte até que (...)
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Daumal (RS:89-19) – Carta sobre a arte de mentir
13 de setembro de 2022, por Cardoso de Castro
Para pôr os pontos nos i’s: concluirei dizendo que a mentira não deve estar a serviço da arte, mas a arte a serviço da ciência da mentira.
J’ai promis inconsidérément de collaborer à ce numéro spécial de Fusée, et me voici d’autant plus tenu de le faire que ma promesse était inconsidérée — car, si l’on a bien délibéré une promesse et supputé les inconvénients, ce n’est pas une grosse affaire que de l’exécuter, mais une promesse inconsidérée, c’est bien plus sacré et bien plus instructif. Je dis que ma promesse (...)
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Daumal (RS) – Un maître de liberté
13 de setembro de 2022, por Cardoso de Castro
Les extraits qui suivent sont empruntés aux Essais sur le bouddhisme Zen volumes II et III, D. T. Suzuki, non encore publiés et que René Daumal est en train de traduire.
Par dessus les livres canoniques et les légendes, l’enseignement le plus secret du Bouddha se transmit de maître à élève, ininterrompu, non altéré par les controverses doctrinales. C’est de cet enseignement que se réclamait le maître Bodhidharma lorsqu’il vint en Chine au VIe siècle de notre ère. L’école qu’il fonda tira son nom du mot (...)
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Daumal (AI) – Aproximação da arte poética hindu
13 de setembro de 2022, por Cardoso de Castro
Approches de l’Inde. Tradition & Incidences. Dir. Jacques Masui. Cahiers du Sud, 1949
Um dia dei-me conta que todos estes livros me ofereciam apenas planos fragmentários do palácio. O primeiro conhecimento a adquirir, doloroso e real, era o da minha prisão. A primeira realidade a experimentar era a da minha ignorância, da minha vaidade, da minha preguiça, de tudo o que me atém à prisão. E quando olhei novamente para as imagens destes tesouros que, por meio de livros e do intelecto, a Índia me (...)