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Quatro Tradições

sexta-feira 29 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castro

  

Tradição — Quatro Tradições

Jean Robin  : Excertos traduzidos por Antonio Carneiro   de Última Chance do Ocidente

O papel das quatro tradições descritas pela parte superior dos símbolos do [1].

O que já dissemos desses esquemas, em relação às quatro tradições, permite compreender que o Hinduísmo, diretamente procedente da Tradição Primordial e que, como havíamos escrito em René Guénon, Testemunha da Tradição, não representará um papel temporal ativo, mas terá uma função puramente espiritual, seja aqui representado pelo Eixo Polar. O Cristianismo, quanto a ele, é simbolizado pelo disco solar, recordando entre outras a identificação do Cristo com o «  [2] » e com o « Sol invictus ».
Nesse simbolismo, pode-se associar o Budismo ao Cristianismo. As analogias entre as duas formas são, com efeito, numerosas. Assim como o Cristianismo constituiu no início uma exteriorização ou uma universalização da Tradição Hebraica, o Budismo, em certa medida, representou uma adaptação da tradição hindu. Sua maneira de privilegiar o espírito em relação à lei é igualmente impressionante, sugerindo certa comunidade de função na economia deste fim de ciclo. Enfim, acabamos de ver que o Namtchouwangdan e o Grande Hum simbolizam o Cristianismo pelo sol. Ora, no simbolismo planetário das formas tradicionais, o Lamaísmo — o aspecto o mais esotérico do Budismo — tem por atributo o sol, e alguns textos chineses falando do Sol-Buda. Existe então entre o Cristianismo e o Budismo certo « intercambiamento », ainda acentuado, curiosamente, pelas discussões que tiveram lugar a propósito do  [3] para os estrangeiros, — alguns o identificando com o Cristo e outros com Buda.

Quanto à crescente da lua (meia-lua), designa evidentemente o Islã. E se a função « exterior » desse último o leva a representar um papel direto e tangível (e cujo aspecto « inverso » se manifesta atualmente) se vê que isso não implica nenhuma superioridade metafísica, o que seria evidentemente absurdo e contrário à noção de identidade essencial das formas tradicionais. Além disso, é o Cristo, aqui identificado com o símbolo solar, que, ainda sem representar o papel profético, não revivificará menos o Islã do interior (« universalizando-o » para lhe tornar adequado à sua Segunda Vinda) — sempre em conformidade com as indicações dos esquemas.




[1Namtchouwangdan|Grand Hum e do Namtchouwangdan

[2Sol Justitiae

[3Avatar|IX Avatara