Se não estou enganado, o tema cartesiano não é o ponto de partida, mas sim um ponto de passagem para a fenomenologia. O princípio fundamental com base no qual a fenomenologia chega ao cartesianismo é o conhecido princípio do mostrar-se, o princípio que nos compromete a acolher o aparecimento como tal, na medida em que é dado, mas sem ultrapassar os limites do presente dado. "Acolher as coisas como elas se dão", sem introduzir nada estranho, não é uma atitude fácil de se alcançar. Os (…)
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Patocka
JAN PATOCKA (1907-1977)
OBRA NA INTERNET: LIBRARY GENESIS
- PATOCKA, J. Platon et l’Europe: séminaire privé du semestre d’été 1973. Jacques Rolland. Lagrasse [France]: Verdier, 1983.
- PATOCKA, J. Introduction à la phénoménologie de Husserl . Grenoble: J. Millon, 1992.
- PATOCKA, J. L’écrivain, son “ objet”. Paris: Presses Pocket, 1992.
- PATOCKA, J. Papiers phénoménologiques. Erika Abrams. Grenoble: J. Millon, 1995.
- PATOCKA, J. Essais hérétiques sur la philosophie de l’histoire. Erika Abrams. nouvelle éd. revue ed. Lagrasse: Verdier, 1999.
- PATOCKA, J. Plato and Europe. Stanford, Calif: Stanford University Press, 2002.
- PATOCKA, J. The Natural World as a Philosophical Problem. Evanston: Northwestern University Press, 2016.
- HUBICK, J. The phenomenology of questioning: Husserl, Heidegger and Patočka. London: Bloomsbury Academic, 2024.
Matérias
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Patocka (1995:14-16) – efetuação da experiência
14 de setembro, por Cardoso de Castro -
soma (Patocka)
1º de setembroExcertos de PATOCKA, Jan. Body, Community, Language, World. Chicago: Open Court, 1998, p. 4-8
Husserl was not the first to discover the subjective body. Something of the history of the problem before Husserl: We encounter remarkable speculations about the body in the [5] preclassical phase of Greek philosophy. Thus Parmenides: what kinds of thoughts we have depends on the interaction of our members. Empedocles: like perceives like (both the world and our body are mixtures of elements — (…) -
Patocka (1995:57-59) – ente em terceira pessoa e ente impessoal
13 de junho de 2023Comment formuler la spatialité du corps propre en tant que spatialité personnelle ? Quelle est la différence essentielle entre la spatialité de l’existence dotée d’un caractère personnel et celle de l’étant non personnel ?
Il faudrait se rendre compte de ce qui distingue l’étant en troisième personne de l’étant impersonnel en général. L’étant de la troisième personne recèle un rapport essentiel à la première et à la deuxième personne. L’étant impersonnel y joint une thèse qui ne confère la (…) -
Patocka (1995:145-148) – para qual modo de ser passa o morto?
9 de janeirodestaque
Qualquer ser para outro que não seja um mero quase-ser teve a sua originalidade para si mesmo, coisa que nada, nenhuma cessação dessa originalidade, lhe pode tirar. Qualquer ser para um outro permanece sempre um ser com a sua própria originalidade interna, exceto que, no caso dos mortos, essa originalidade chegou ao fim e já não é sincrônica conosco. Não se trata, portanto, de uma passagem ao puro ser para os outros, no sentido de um quase-ser (de uma personagem de um romance, de (…) -
Patocka (1995:16-17) – corpo próprio e subjetividade
5 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
[...] a relação entre o corpo próprio (Leib) e o subjetivo não é uma relação de concomitância ou de coordenação. Não é a correspondência de dois processos objetivos paralelos. O subjetivo é uma formação ativa e portadora de sentido, não causalmente produzida numa objetividade que teríamos de aceitar, mas motivada. Trata-se de um fluxo de atividade de sentido cujo ímpeto é fornecido por algo objetivo, capaz de ter sentido para ele; um fluxo que se move em vários níveis que se (…) -
Patocka (1971/2021) – eu corporal e corpo-vivente [Leib]
18 de dezembro de 2023É bem sabido que a certeza do eu foi, para Descartes, certeza do ser e da essência. A dúvida hiperbólica conhece um limite intransponível na certeza do eu enquanto certeza da própria existência. Mesmo para a dúvida mais extrema, a existência do eu é um pressuposto. Esta existência não pode ser uma simples aparição, talvez enganosa, de um outro ser, mas aqui a aparição envolve a própria existência, é essencialmente existência-em-aparição, coisa que, para outros existentes, como, por exemplo, (…)
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Patocka (1983:177-178) – problema da manifestação
13 de setembro, por Cardoso de CastroOra, nossa tese inicial era a seguinte: o problema da manifestação é mais profundo, mais fundamental, mais original que o problema do ser. Simplesmente porque só posso chegar ao problema do ser por meio do problema da manifestação, ao passo que se parto do problema do ser no sentido abstrato do termo, o conceito de ser se torna para mim um conceito abstrato, algo como um signo puramente formal; nem mesmo uma categoria, mas algo que está acima das categorias no sentido de que é inteiramente (…)
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Patocka (1983:23-27) – fenômeno
11 de junho de 2023, por Cardoso de Castrotradução parcial do inglês
O que significa fenômeno? Nós poderíamos começar com isto. A tradução padrão é "aparição / aparecimento". O que geralmente associamos à palavra aparecimento? Algo não só está aqui, mas também se mostra. Nem tudo também se mostra. Por um lado, as coisas são em si mesmas e são o que são; por outro lado, elas se mostram. Parece que isto se trata do problema do conhecimento, como se nossa consideração levasse em conta uma disciplina filosófica especializada, chamada (…) -
Patocka (1992:15-17) – physis
18 de dezembro de 2023destaque
A φύσις, segundo o entendimento grego, o mundo, não é originalmente um conjunto de coisas, mas um devir, um grande drama do qual também nós fazemos parte, não como espectadores, mas no sentido em que nós próprios, tal como as coisas, somos utilizados e consumidos neste processo. O emergir da noite do não-ser, a união que cria entre o nascimento e a morte um espaço encoberto onde os entes ligados pela dependência recíproca dão lugar uns aos outros e voltam a suprimir-se, este drama (…) -
Patocka (1983:27-29) – tese individual e tese da totalidade universal
23 de novembro de 2023, por Cardoso de CastroO fato de se estender no espaço é uma característica do ente como tal, assim como é um traço específico do espaço para formar algo como um todo. Mais uma vez, o fenômeno como tal nos escapa. Os traços gerais do que se mostra, a estrutura espacial e temporal, são características do ente, do que se mostra, e não do mostrar-se como tal. Porém, há algo aqui que merece nossa atenção. Quando coisas singulares se manifestam, também há em mim conhecimento do contexto geral. Isso é algo que diz (…)
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Patocka (1999:24-27) – a "abertura"
5 de dezembro de 2023destaque
A abertura designa a possibilidade fundamental do homem: a possibilidade de que o ente (o ente que é do mesmo modo que ele — o ente aberto —, assim como o ente que carece desse traço) se mostre a ele por si mesmo, isto é, sem a mediação de outro ente. (Isto não quer dizer que não haja mostração mediada, mas todo o reenvio, toda a re-mostração pressupõe uma mostração primária à qual e dentro da qual remete: a linguagem, por exemplo, mostra ao outro o que se mostra a nós próprios). (…) -
Patocka (2002:4) – quando há o princípio vital pode o ente mostrar-se
11 de junho de 2023O problema da aparição do ente foi formulado tentativamente por Aristóteles, em Peri psyches, 431b 20 e sgs. Para que as coisas apareçam, quer [13] dizer, para que a sua forma surja e se mostre, é necessário um ente de natureza particular, a saber, a psique, o princípio vital [Lebendigkeit]. Apenas quando há o princípio vital pode o ente mostrar-se. O princípio vital é, porém, a disposição activa para a obra de um corpo orgânico [Leib] não produzido, o qual está dotado de todas as coisas com (…)
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Patocka (1995:63-65) – horizonte
13 de junho de 2023Que signifie l’« horizon » ? Essayons d’analyser la métaphore contenue dans ce mot. L’horizon enserre toutes les singularités d’un paysage donné, disposé perspectivement autour d’un centre. L’horizon en délimite la partie visuelle, mais la dépasse et forme un cercle plein. Le déplacement du centre entraîne une modification des objets ; ceux qui étaient à la périphérie peuvent se rapprocher du centre, mais l’horizon comme tel est toujours là. L’horizon demeure stationnaire à l’intérieur du (…)
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Patocka (1999:24-28) – fenômeno
11 de junho de 2023Iván Ortega Rodríguez
Heidegger recibió y reconfiguró la idea husserliana de que es necesario apresar el problema situados junto al aparecerse de aquello que aparece y junto a la estructura de aquel ente al que se le muestra el ente que aparece. Sin embargo, entendió este ente al que se le aparecen los fenómenos, el ente humano, como un ente de una contextura completamente peculiar. Este ente se diferencia de todos los demás por el hecho de que comprende el ser; y lo hace relacionándose (…) -
Patocka (1995:60-62) – le moi n’est pas une simple représentation
13 de junho de 2023Maine de Biran déjà souligne cependant que le moi n’est pas une simple représentation qui doit pouvoir accompagner toutes mes autres représentations (car, sans cela, elles ne seraient pas les miennes, elles ne feraient pas partie de ma vie), qu’il est, au contraire, un centre d’effort, un centre de mouvements possibles et effectifs, qu’il est toujours, en tant qu’effort, une force finie, qui s’épuise. Or, ce qui met en mouvement peut-il ne pas être lui-même contenu dans le monde des forces (…)
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Patocka (1992:183-185) – fenomenologia da corporeidade
18 de dezembro de 2023destaque
A fenomenologia da corporeidade é, portanto, de importância capital. A elaboração de Husserl sobre esta questão está ainda a dar os primeiros passos, mas as poucas pistas que fornece lançam as bases de todo o seu trabalho posterior. Para Husserl, o corpo é o que finita o sujeito transcendental, a consciência purificada obtida como resultado da redução. "É apenas através da relação empírica com o corpo que a consciência se torna uma consciência humana e animal da ordem real; é (…) -
Patocka (1995:145-148) – ser em mim, para mim e para outro
9 de janeirodestaque
O meu ser em mim mesmo tem a sua originalidade insubstituível no fluxo do tempo interno que nenhum outro pode penetrar, porque este jorro de tempo interno é uma efetivação totalmente privada que constitui o meu próprio ser; o apagamento do seu limite implicaria a eliminação da diferença entre o eu e o tu.
O meu ser para mim mesmo já é uma alienação dessa originalidade e uma objetivação; no meu ser para mim já estou à distância de mim mesmo, já não estou vivo, mas vivido e, como (…) -
Patocka (1995:77-79) – o que é o "tu"?
13 de junho de 2023Qu’est-ce à vrai dire que le tu ? C’est un autre moi : le moi en tant qu’objet actuel, qui n’est pas donné en original, mais simplement apprésenté. Mon propre moi peut être mon objet de manière actuelle dans la réflexion, de manière non actuelle dans le souvenir ou l’imagination projective. Mais, par ailleurs, je peux expérimenter aussi l’énergie subjective dynamique qui se manifeste actuellement dans une approche des choses analogue à la mienne — je peux voir le mouvement subjectif de (…)
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Patocka (2015:C3) – mundo não dado como reunião de coisas
12 de junho de 2023Empecemos por el primer punto. Partimos de la idea corriente de que el mundo es la reunión colectiva de todas las cosas, una reunión que se hace presente ante nosotros en la autodonación, en la presentación cabal que es propia de la percepción de cosas. En su donación plenaria, las cosas percibidas son para nosotros normalmente cosas dadas cinestésica-visualmente; lo que significa que se disponen en torno a nosotros según los ejes de cercanía-lejanía: al alcance de la mano-al alcance de la (…)
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Patocka (1999:86-90) – a questão do sentido em distintas épocas
11 de junho de 2023Iván Ortega Rodríguez
No es el caso que la humanidad prehistórica sea exigente al determinar lo que tiene sentido. Al contrario, es modesta en su valoración del hombre y de la vida humana. Con todo, el mundo para ella está, de algún modo, en orden y justificado. No la conmueven las experiencias de la mortalidad, de las catástrofes naturales o sociales. Para tener ella sentido, le basta con que los dioses se hayan reservado lo mejor para sí: la eternidad en el sentido de la inmortalidad. Al (…)
Seções
Notas
- Patocka (1983:49) – falta radicalidade à fenomenologia da subjetividade
- Patocka (1992:12) – nossas ações seguem caminhos pré-determinados
- Patocka (1992:14-15) – o mundo eclipsado pelas coisas
- Patocka (1992:180-181) – objectidade
- Patocka (1992:181-183) – "coisa" em Física
- Patocka (1992:225-226) – um novo fundamento asubjetivo
- Patocka (1995:14-15) – efetuação da experiência
- Patocka (1995:14-15) – o princípio do mostrar-se
- Patocka (1995:145) – vida após a morte
- Patocka (1995:151-152) – a reciprocidade do outro
- Patocka (1995:155-156) – a perda da reciprocidade presente
- Patocka (1995:17-18) – o movimento
- Patocka (1995:17-18) – o movimento subjetivo postula o ente diretamente
- Patocka (1995:60) – se-relacionar-a-si
- Patocka (1995:62-63) – Le monde se découvre à moi dans un réseau dont je suis le centre
- Patocka (1995:81) – a teoria reflexiva do eu
- Patocka (2015:Nota 2) – mecanicismo
- Patocka, Jan, Plato and Europe