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Enxofre

segunda-feira 29 de abril de 2024

  

ENXOFRE

René Guénon
ENXOFRE
Julius Evola  
TRADIÇÃO HERMÉTICA

O signo do Enxofre (Δ com cruz + em baixo) dá-nos, pelo contrário, a condição de um Fogo Δ em predomínio sobre os elementos ( Δ sobre + ). O Enxofre não deve confundir-se, no entanto, com o Enxofre em estado puro ou «nativo» que, nas origens da alquimia  , teve um signo diferente 9800 , o mesmo que Aries, símbolo do princípio masculino de toda a geração, manifestação direta da potência do Ouro. Só a tal princípio se referem expressões como esta de Zacarias: «O Agente, cuja natureza nos mostra a potência e a força sobre a matéria, é o Enxofre», ou esta outra: «O Enxofre é o princípio que dá a forma». O verdadeiro Enxofre, «o dos Sábios», é um enxofre incombustível: sugestiva expressão alquímica que indica a qualidade de «não queimar», a impassibilidade uraniana e régia: «O nosso enxofre é um enxofre que não queima e que o Fogo (entendido como um equivalente de "Veneno") não pode devorar». A expressão theíon ápyron encontra-se já no Pseudo-Demócrito, em conexão com a afirmação: «A natureza domina a natureza», e os textos sírios falam também do Enxofre incombustível que «fixa o fugitivo»; trata-se, pois, de uma atividade dominadora, isenta de qualquer elemento instintivo, princípio interno (Enxofre espiritual, diz Filaleuto) de ação e de vida, mas procedente da superioridade e fixidez do centro solar. No entanto, quando expresso por seu signo, o Enxofre teria, em rigor, o mesmo poder, mas já num estado impuro, por se encontrar vinculado a uma matéria e uma forma que ele (este Enxofre) anima, porém, e da qual constitui virtualmente o princípio «divino» (duplo significado de Theíon = Enxofre e «divino». (E, além disso, é ensinamento de toda a tradição que a «perfeição ou imperfeição dos metais (ou seja, das essências individuadas extraídas da simbólica Terra ou «mina») está determinada pela privação (carência) ou (pelo estado de) combinação do seu Agente, quer dizer, do Enxofre».