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Guénon: Bruxaria

segunda-feira 1º de janeiro de 2024, por Cardoso de Castro

  

MAGIA NEGRA — BRUXARIA

VIDE: MAGIA, ENCANTAMENTO, SABAT

René Guénon: ERRO ESPÍRITA

Pensamos agora haver dito bastante para mostrar que, antes dos tempos modernos, jamais houve nada comparável ao espiritismo. Quanto ao ocidente, consideramos, sobretudo a Antiguidade, mas tudo o que se refere à magia é igualmente válido para a Idade Média. Não obstante, se se queria encontrar a todo custo algo ao que se pudesse assimilar o espiritismo até um certo ponto, e com a condição de não lhe considerar mais que em suas práticas (posto que suas teorias não se encontram em nenhuma outra parte), o que se encontraria seria simplesmente a bruxaria. Com efeito, os bruxos são manifestamente «empíricos», embora o mais ignorante dentre eles sabe possivelmente muito mais que os espíritas em mais de um aspecto; os bruxos não conhecem mais que os ramos mais baixos da magia, e as forças que põem em jogo, as mais inferiores de todas, são essas mesmas com as quais os espíritas tratam ordinariamente. Enfim, os casos de «possessão» e de «obsessão», em correlação estreita com as práticas da bruxaria, são as únicas manifestações autênticas da mediunidade que se constataram antes da aparição do espiritismo; e, mudaram tanto as coisas desde então que as mesmas palavras já não lhes são aplicáveis? Não acreditamos; mas verdadeiramente, se os espíritas não podem recomendar-se mais que de um parentesco tão suspeito e tão pouco invejável, aconselhar-lhes-íamos melhor renunciar a reivindicar para o movimento uma filiação qualquer, e tomar seu partido por uma modernidade que, em boa lógica, não deveria ser uma moléstia para partidários do progresso.