Fernandes (SH:53-54) – Intencionalidade

Pretendo aqui retomar essa temática de Filosofia da Consciência, mas para radicalizar sua análise. “Análise”, num sentido aproximado daquela que é praticada pelos “filósofos analíticos”, só vale a pena quando questiona radicalmente a metafísica implícita no senso comum, justamente aquilo que os “analíticosnão costumam atacar, mas, ao contrário, pressupor, como se fosse “bom senso” ou “intuitivo”.

Em Filosofia da Consciência, considerei o que se chama de “intencionalidade” a característica, não da verdadeira Consciência, mas de formas mentais de inconsciência. O que se chama de “consciência intencionalnão passa, continuo mantendo, de uma forma de inconsciência. Consciência é uma coisa, mente é outra, e todo estado mental é inconsciente. Nesse ponto, aliás, alinho-me, um tanto imprecisamente, com os que defendem as teses, cada vez mais comuns hoje em dia, de que consciência e mente se distinguiriam; de que a mente (para alguns, o cérebro) e o pensamento, que seria sua atividade, seriam inconscientes; e de que a intencionalidade seria a característica, por excelência, do mental, não da consciência. (São teses correntes em “Ciências Cognitivas” e Filosofia da Mente.) Poderia retomar aqui o mesmo caminho quanto à experiência, considerando sua “intencionalidade” como característica, não da verdadeira Experiência em si mesma, mas de “pseudo-experiências”. Ao invés disso, no entanto, agora direi com todas as letras que não há isso que chamam de “intencionalidade”, pelo menos na maior parte dos sentidos que essa palavra vem adquirindo na literatura filosófica, desde sua retomada, no século XIX. Mas é inevitável que o “fenomenólogo”, e nós mesmos, nos encostemos na parede, exigindo que então digamos o que é isto que pensamos que não há, e aí o pensamento sempre começa a andar em círculos, sobretudo círculos “hermenêuticos”. De modo que, neste caso, por absoluto respeito ao filósofo que tanto investigou a questão de se é possível ou não dizer o falso, ou falar do que não há, ou seja, por absoluto respeito a Platão, respeito tão absoluto que me impede de citá-lo… vou continuar tentando explicar o que não há! O que há é incompreensão do que seja a experiência, a mente, e o que ela faria, sobretudo a tomada de algo como objeto. Na verdade nãointencionalidade alguma na verdadeira Experiência, ou Ser como Experiência.

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