OMB8 e OMB9
Quanto às faculdades (…) elas não têm qualquer espécie de espelho próprio que as reflita exteriormente; como o olho, elas se aplicam a todos os objetos a seu alcance, sem ver a si próprias e sem conhecer a si mesmas. Desse modo, a imaginação, que cria ou reproduz uma ideia sensível, não imagina a si mesma; a memória não pode perceber a si mesma no presente; o raciocínio, juiz das relações mais distantes, não julga a si mesmo ou não raciocina sobre si mesmo. Como, portanto, cada uma dessas faculdades, não podendo nem representar a si próprias, nem aplicar-se a si mesmas, como objeto de conhecimento, podem ser conhecidas, e por que meio pudemos adquirir as ideias que correspondem a estes termos: imaginar, lembrar-se, julgar, raciocinar, querer?