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A metáfora é para a maioria das pessoas um dispositivo da imaginação poética e do floreado retórico - uma questão de linguagem extraordinária e não comum. Além disso, a metáfora é tipicamente vista apenas como característica da linguagem, mais uma questão de palavras do que de pensamento ou ação. Por esse motivo, a maioria das pessoas pensa que pode se dar perfeitamente bem sem metáfora. Descobrimos, pelo contrário, que a metáfora é difundida na vida cotidiana, não apenas na (…)
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Modernidade
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Lakoff (MLB) – metáforas que vivemos
1º de novembro de 2021, por Cardoso de Castro -
Lakoff (M:7-9) – "Tempo é dinheiro"
1º de novembro de 2021, por Cardoso de Castroportuguês
Argumentações normalmente seguem padrões; isto é, há certas coisas que nós usualmente fazemos quando argumentamos e outras que não fazemos. O fato de que, pelo menos em parte, conceitualizamos sistematicamente argumentos em termos de batalha influencia tanto a forma que os argumentos tomam, quanto a maneira como falamos sobre o que fazemos quando argumentamos. Porque o conceito metafórico é sistemático, a linguagem usada para falarmos sobre aquele aspecto do conceito é (…) -
Simmel (QFS): liberdade - igualdade - fraternidade
1º de novembro de 2021, por Cardoso de CastroEssa necessidade de liberdade do indivíduo, que se sentia deformado e limitado pela sociedade histórica, resulta, uma vez posta em prática, numa autocontradição. É evidente que ela só se realiza de maneira duradoura se a sociedade é composta somente de indivíduos que, internamente, assim como externamente, são agraciados com a mesma força e o mesmo privilégio. Posto que essa condição não é preenchida em lugar algum, e que as forças que conferem poder e determinam a hierarquia de níveis entre (…)
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Simmel (PM) – valor
1º de novembro de 2021, por Cardoso de Castroportuguês
A ordem em que as coisas são colocadas como entidades naturais é baseada na proposição de que toda a variedade de suas qualidades repousa sobre uma lei uniforme da existência. Sua igualdade perante a lei da natureza, a soma constante de matéria e energia, a conversibilidade dos mais diversos fenômenos entre si, transforma as diferenças que são aparentes à primeira vista em uma afinidade geral, uma igualdade universal. Contudo, numa visão mais próxima, isso significa apenas que os (…) -
Francis Bacon – homem intérprete da natureza e seus ídolos
1º de novembro de 2021, por Cardoso de CastroNovum Organum, I, 1-4
O homem, ministro e intérprete da natureza, só faz e entende na medida em que observou, pela experiência ou pela reflexão, a ordem da natureza; nada mais sabe ou pode além disso.
Nem a mão nua nem o entendimento abandonado a si mesmo podem muito; a coisa aperfeiçoa-se com instrumentos e auxílios, que não são menos necessários para o entendimento que para a mão. E assim como os instrumentos da mão excitam ou regem seu movimento, os instrumentos da mente impulsionam o (…) -
Francis Bacon – o ser humano
1º de novembro de 2021, por Cardoso de CastroDe dignitate et augmentis scientiarum, lib. IV, cap. I
A ciência do homem tem duas partes, pois o considera ou isolado ou congregado e em sociedade. A uma, chamo filosofia da humanidade; a outra, filosofia civil. A filosofia da humanidade compõe-se de partes semelhantes àquelas de que se compõe o homem; isto é, de conhecimentos referentes ao corpo e de conhecimentos que se referem à alma. Mas antes de prosseguir as divisões particulares, constituamos uma ciência geral referente à natureza (…) -
Francis Bacon – alma (suas faculdades) e corpo
1º de novembro de 2021, por Cardoso de CastroDe dignitate et augmentis scientiarum, lib. II, cap. I
A melhor divisão da ciência humana é a que se deriva das três faculdades da alma racional, que é a sede da ciência. A história refere-se à memória; a poesia, à imaginação, e a filosofia, à razão. (...)
Que as coisas são assim, pode-se ver facilmente observando a origem do processo intelectual. Os sentidos, que são a porta do entendimento, só são afetados pelos indivíduos. As imagens desses indivíduos — isto é, as impressões que fazem (…) -
Durand (GTSM) – Sociologia
31 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroA especificidade e a autonomia de toda a ciência não surgem por simples providência epistemológica, mas através de laboriosos progressos. A sociologia não foge a esta regra. Ao longo dos séculos, ela conseguiu emergir, progressivamente, de diferentes níveis epistemológicos, de diferentes filosofias e visões do mundo que, na sua origem, não eram nem sociológicos nem científicos. Gaston Bachelard mostrou bem no seu livro La Formation de l’esprit scientifique que toda a ciência que se (…)
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Freud (OC18) – Civilização e Cultura
31 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroÉ hora de nos voltarmos para a essência desta civilização, cujo valor para a felicidade é posto em dúvida. Não vamos requerer uma fórmula que expresse tal essência em poucas palavras, antes mesmo que nossa investigação nos ensine algo. Basta-nos então repetir que a palavra “civilização” designa a inteira soma das realizações e instituições que afastam a nossa vida daquela de nossos antepassados animais, e que servem para dois fins: a proteção do homem contra a natureza e a regulamentação dos (…)
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Oliver Sacks (RC) – rio da consciência
31 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro“O tempo é a substância de que sou feito”, disse Jorge Luis Borges. “O tempo é um rio que me leva embora, mas eu sou o rio.” Nossos movimentos, nossas ações estendem-se no tempo, assim como as nossas percepções, os pensamentos, os conteúdos da consciência. Vivemos no tempo, organizamos o tempo, somos inteiramente criaturas do tempo. Mas será que o tempo em que vivemos, ou segundo o qual vivemos, é contínuo como o rio de Borges? Ou será mais comparável a uma sucessão de momentos descontínuos, (…)