tradução parcial
Entre nós, subsiste uma forma de atividade que, no plano técnico, permite bastante bem conceber o que, no plano da especulação, pode ser uma ciência que preferimos chamar de "primeira" em vez de primitiva: é aquela comumente designada pelo termo bricolage. [...] Em nossos dias, o bricoleur é aquele que trabalha com as mãos, usando recursos indiretos se comparados com aqueles do homem da arte. Ora, é próprio do pensamento mítico expressar-se com o auxílio de um repertório (…)
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Modernidade
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Lévi-Strauss (PS:26-28) – ciência do bricoleur e ciência do engenheiro
6 de novembro de 2021, por Cardoso de Castro -
Marejko (TM:147-152) – O mito Galileu
6 de novembro de 2021, por Cardoso de Castrotradução parcial
Na mitologia da modernidade, o processo de Galileu constitui um dos mitos poderosos. Este processo em sua versão mítica, assinalaria um momento de inflexão na história do mundo, um momento em que um espírito independente se levantou face às forças das trevas. Há tão pouca verdade nesta imagem quanto no relato das experiências de Galileu na Torre de Pisa. Um dos melhores historiadores da atualidade (Pietro Redondi) fala da “proteção espetacular que o Papa Urbano VIII (…) -
Benjamin (AH) – progresso
6 de novembro de 2021, por Cardoso de CastroHá um quadro de Klee intitulado Angelus Novus. Representa um anjo que parece preparar-se para se afastar de qualquer coisa que olha fixamente. Tem os olhos esbugalhados, a boca escancarada e as asas abertas. O anjo da história deve ter esse aspecto. Voltou o rosto para o passado. A cadeia de fatos que aparece diante dos nossos olhos é para ele uma catástrofe sem fim, que incessantemente acumula ruínas sobre ruínas e lhas lança aos pés. Ele gostaria de parar para acordar os mortos e (…)
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Benjamin (CR) – capitalismo
6 de novembro de 2021, por Cardoso de CastroContudo, três traços já podem ser identificados na estrutura religiosa do capitalismo. Em primeiro lugar, o capitalismo é uma religião puramente cultural, talvez até a mais extremada que já existiu. Nele, todas as coisas só adquirem significado na relação imediata com o culto; ele não possui nenhuma dogmática, nenhuma teologia. Sob esse aspecto, o utilitarismo obtém sua coloração religiosa. Ligado a essa concreção do culto está um segundo traço do capitalismo: a duração permanente do culto. (…)
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Benjamin (OAERT) – A OBRA DE ARTE NA ERA... (a fotografia)
6 de novembro de 2021, por Cardoso de CastroA controvérsia travada no decurso do século XIX, entre a pintura e a fotografia relativamente ao valor artístico dos seus produtos, parece hoje dúbia e confusa. Mas isto não invalida o seu significado, podendo mesmo sublinhá-lo. De facto, essa controvérsia foi expressão de uma transformação na história mundial, de que nenhum dos intervenientes teve consciência. Na medida em que a era da reprodutibilidade técnica da arte a desligou dos seus fundamentos de culto, extinguiu para sempre a (…)
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Collingwood: Da transitoriedade de um problema filosófico
5 de novembro de 2021, por Cardoso de CastroHaving thus with regard to the supposed permanence of philosophical problems found the ’realist’ conception of philosophical history false at every point where I could think of testing it, I turned to another aspect of the same conception: namely the ’realists’ ’ distinction between the ’historical’ question ’what was So-and-so’s theory on such and such a matter ?’ and the ’philosophical’ question ’was he right?’
This distinction was soon condemned as fallacious. I will not here explain, (…) -
Pascal Engel (PQSV:17-19) – verdade para Rorty
5 de novembro de 2021, por Cardoso de Castroportuguês
Richard Rorty entende inserir-se na tradição pragmatista norte-americana. Mas seu pragmatismo é bem diferente daquele do fundador dessa corrente, C. S. Pierce. Espero não ser muito infiel às teses do pragmatismo rortyano sobre a verdade, esquematizando-os da seguinte maneira:
1) A noção de verdade não tem um uso explicativo, não recobre nenhuma essência, nenhuma substância, e não designa nenhuma propriedade substancial ou metafísica profunda, nem um objeto (o Verdadeiro).
2) (…) -
Horkheimer (ER:28-32) – razão instrumental
3 de novembro de 2021, por Cardoso de Castroportuguês
O autointeresse, no qual certas teorias do direito natural e filosofias hedonistas tentaram colocar maior ênfase, era tomado apenas como um desses conhecimentos, enraizado na estrutura objetiva do universo e, portanto, formando parte do sistema de categorias como um todo» Na era industrial, a ideia de autointeresse ganhou pouco a pouco a dianteira e, por fim, suprimiu os outros motivos considerados fundamentais para o funcionamento da sociedade; essa atitude foi dominante nas (…) -
Horkheimer (ER:98-103) – o ego abstrato
3 de novembro de 2021, por Cardoso de Castroportuguês
O ser humano, no processo de sua emancipação, compartilha o destino do resto do seu mundo. A dominação da natureza envolve a dominação do homem. Cada aspecto niilista. A subjetivação, que exalta o sujeito, natureza externa, humana ou não-humana, como para fazê-lo deve subjugar a natureza em si mesmo. A dominação torna-se “interiorizada” por si mesma. O que geralmente é indicado como um objetivo — a felicidade do indivíduo, a riqueza e a saúde — ganha significação exclusivamente a (…) -
Locke (EAEM:57-62) – ideias derivam de sensação ou reflexão
2 de novembro de 2021, por Cardoso de Castroportuguês
1. Ideia é o objeto do pensamento. Todo homem tem consciência de que pensa, e que quando está pensando sua mente se ocupa de ideias. Por conseguinte, é indubitável que as mentes humanas têm várias ideias, expressas, entre outros, pelos termos brancura, dureza, doçura, pensamento, movimento, homem, elefante, exército, embriaguez. Disso decorre a primeira questão a ser investigada: como elas são apreendidas?
Consiste numa doutrina aceita que o ser primordial dos homens tem ideias (…)