Quem quer, ou a quem interessa, distinguir Aparência de Realidade? Essa distinção é político-administrativa, antropológico-cultural, psico-social, sócio-biológica. Essa distinção é consensual. Não há uma “verdade” transfenomenal absoluta sobre o que é Aparência e sobre o que é Realidade. Essa “verdade” é epistêmica, não alética. Não costumamos pensar do objeto X que ele é indefinidamente identificável: Papai Noel é velho, bondoso, etc., mas ... não nos interessa saber de quem ele é primo, se (…)
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Sergio L. C. Fernandes
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Fernandes (FC:94-96) – Distinção entre aparência e realidade
24 de abril, por Cardoso de Castro -
Fernandes (SH:291-293) – O "dever-ser" é o que não é
24 de abril, por Cardoso de CastroO que nos resta é apenas investigar, do ponto de vista (cego) da Mente, do Pensamento e da Linguagem, ou seja, cavalgando o Instrumento, a própria noção de "valor", suas espécies, as relações entre elas, etc. O que teriam os valores, por exemplo, a ver com a razão e o intelecto? A venerável tradição chamada "tradição intelectualista", que foi inaugurada no Ocidente por Sócrates, mas no Oriente o foi certamente com o Vedanta, e à qual voltaremos na próxima Seção, relaciona o Bem com a Verdade (…)
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Fernandes (SH:19-20) – Niilismo
24 de abril, por Cardoso de CastroPelo pouco que tenho acompanhado esses modismos [filosóficos], que, aqui, por simples cortesia, elevei às alturas de “espírito do tempo”, observo que, nas suas melhores expressões, essa mania chama-se de “desconstrucionista” ; nas suas piores expressões, abriga-se sob um imenso guarda-chuva de atitudes “filosóficas”, chamado de “pragmatismo”. Este último merece, outra vez por mera cortesia da minha parte, o título de “imperial”, já que se identifica com, ou se inspira num certo estilo de (…)
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Fernandes (SH:27-28) – A Estrutura da Experiência
24 de abril, por Cardoso de CastroNo primeiro Capítulo, desenvolvo uma Ontologia (antes de qualquer coisa, o Ser enquanto Ser, inclusive o Ser dos entes!); descrevo o que penso ser a estrutura do próprio Ser, e identifico uma das dimensões dessa estrutura, que chamo de Ser como Experiência (em si mesma), ao próprio Ser do Ser Humano. Dividi o Capítulo em três Seções, intituladas “Simulacros e Aparições”, “Arquitetônicas e Identidades” e “Arcanos e Eternidades”. Com esses títulos quero dizer que, na primeira Seção, construo (…)
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Fernandes (SH:61-62) – Instrumento da Criação (mente, pensamento, linguagem)
24 de abril, por Cardoso de CastroPor seu lado, se o Instrumento da Criação (a Mente, o Pensamento e a Linguagem) não pudesse gerar essas existências, a essas infinitas distâncias do Ser (o que se chama vulgarmente de “distinção entre sujeito e objeto” ), então não poderia haver experiência. No entanto, isso é o que a mente pode fazer, e a mente é um instrumento da Experiência consciente, não o inverso. Um leitor mais atento poderia aqui perguntar: Mas o que distinguiria então a transparência da Consciência, da transparência (…)
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Fernandes (SH:51) – ser humano e ser do humano
24 de abril, por Cardoso de CastroVeja: há uma enorme diferença entre o meme “ser humano”, que a mente fabrica, e o Ser do humano. Desculpe: “meme” é um meme deliciosamente inventado pela Biologia, como o análogo do gene, no plano simbólico da cultura. Ora, a Mente, o Pensamento e a Linguagem podem tanto com o Ser quanto um grão de pó com o pé que o esmaga. É o “ser humano” que está em frangalhos (releia o que se chama de sua “História” ) e que, ao invés de glorificado, deveria ser superado, mas não o Ser do humano. Este não (…)
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Fernandes (SH:53-55) – Aparência e Realidade
24 de abril, por Cardoso de CastroA distinção entre aparência e realidade deve ser admitida em qualquer ontologia. Como mostrei em 1995 (Filosofia da Consciência), perceber, ter experiência de alguma coisa, ou “tomar algo como objeto” implica (ou pressupõe) aplicar, explícita ou implicitamente, a distinção entre aparência e realidade. Acontece que o uso geral de tais noções, não só nas línguas naturais, mas sobretudo pela Ciência e também na Filosofia (ver, por exemplo, a minuciosa desmontagem crítica que David Bell faz da (…)
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Fernandes (SH:66-68) – Há coisas que não existem!
24 de abril, por Cardoso de CastroSendo minha concepção de “identidade” independente da noção de “critério de identidade”, então significados, proposições ou intenções passam a existir pelo simples pensamento que os reidentifica, não importando que racionalizações ex post a mente produza a título de “justificativa”, seja para a existência, seja para a inexistência. (Contudo, aqueles que pensam que sabem tudo costumam dar grande importância a justificativas, aborrecendo a gente, que sabe que só carece de justificativa, seja (…)
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Fernandes (SH:62-64) – O lidar com o existente
24 de abril, por Cardoso de CastroA doutrina de que as aparências “aparecem” é errônea porque, distinguindo-se da transparência da Experiência consciente, a transparência mental inconsciente ou transparência da “intencionalidade”, ou ainda, transparência do ponto cego, consiste no contrário de “deixar transparecer” a realidade, ou no contrário de deixar transparecer o “objeto tomado como real”, pois consiste em expulsar da Aparição, mantendo-o à distância, aquilo que se pensará ser, per absurdum, “uma aparência enquanto (…)
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Fernandes (SH:64-66) – Existe o que é o objeto de identificações...
24 de abril, por Cardoso de CastroExiste o que é o objeto de identificações, ou seja, tudo que é tomado pela mente inconsciente como podendo ser “experimentado” outra vez. Na frase precedente, a palavra “experimentado” aparece entre aspas porque experimentar algo como podendo ser experimentado outra vez, embora seja costumeiramente considerado como equivalente a experimentar um objeto como tal, ou seja, como isto ou aquilo, não constitui uma verdadeira Experiência, mas uma reatividade inconsciente da mente. A expressão (…)