... Os homens comumente supõem que todas as coisas naturais, como eles próprios, obram por um fim, e inclusive afirmam como certo que Deus mesmo dirige todas as coisas a um certo fim: pois dizem que Deus fez todas as coisas para o homem, e ao homem para que o adorasse. Examinarei, pois, isto, buscando primeiro a causa pela qual a maior parte adere a este preconceito e estão todos inclinados pela natureza a desposá-lo; mostrarei depois sua falsidade, e finalmente, como nasceram disto os (…)
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Baruch Espinosa
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Espinosa (E:I-Apend.) – Natureza e essência humanas
11 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro -
Espinosa (CM:II,12) – A ALMA HUMANA
11 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroDeve-se passar já à substância criada, que dividimos em extensa e pensante. Por substância extensa entendíamos a matéria ou substância corpórea. Por substância pensante, só as almas humanas. (...)
A alma humana não procede de um intermediário, mas é criada por Deus; mas não se sabe quando é criada. — Voltemos, pois às almas humanas, das quais pouca coisa há ainda a dizer; temos só que advertir que nada dissemos acerca do tempo da criação da alma humana, porque não consta de um modo (…) -
Espinosa (TRE:158-162) – BEM SUPREMO E RAZÃO
11 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro1. — Quando a experiência me ensinou que os acontecimentos ordinários da vida são fúteis e vãos e me apercebi de que tudo que era para mim causa ou objeto de receio não tem em si mesmo nada de bom ou de mau, a não ser na medida da comoção que excita na alma, resolvi, finalmente, indagar se existia um bem verdadeiro e susceptível de se comunicar, qualquer coisa enfim cuja descoberta e posse me trouxessem para sempre um júbilo contínuo e soberano. ...
O que nos ocupa mais frequentemente na (…) -
Chauí (NR) – DECIFRAR UM HIEROGLIFO?
11 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroComo alcançar o sentido de textos escritos numa língua de que se perderam palavras, expressões idiomáticas e ornatos, em que o sentido de inúmeros vocábulos tornou-se incompreensível e da qual "não dispomos de dicionário, gramática nem retórica"? Com que forças venceremos "o tempo voraz que tudo abole da memória dos homens"? Com essas indagações, que pareceriam indicar um passado inacessível e sob as quais se adivinham os versos de Ovídio, Espinosa abre uma via de acesso ao pensamento de (…)
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Mariás (TH) – Espinosa
11 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroBaruch de Spinoza, o judeu holandês de Amsterdam, de origem espanhola, nasceu em 1632 e morreu, depois de uma vida breve e obscura, dedicada ao polimento de cristais óticos e à meditação filosófica, em 1677.
Spinoza é um cartesiano, chegando mesmo a escrever uma versão em forma geométrica dos Princípios de Descartes; há porém nele outros elementos, procedentes de sua formação pessoal, que alteram profundamente esse cartesianismo. Por um lado, tem raízes judaicas, que se prendem a (…) -
Lenoir: o desejo em Espinoza
15 de janeiro de 2020, por Cardoso de CastroExcerto de LENOIR, Frédéric. Le Miracle Spinoza. cap. 5.
nossa tradução
Vimos que uma das noções mais essenciais da filosofia ética de Espinoza era o conatus, o esforço que fazemos para perseverar e crescer em nosso ser. É o motor de toda a nossa existência, o que nos leva a sobreviver e a aumentar nosso poder de existir. É através dele que Espinoza define vontade e desejo. "Esse esforço, quando se refere apenas à mente, é chamado de força de vontade. Ao se referir ao corpo e à mente, (…) -
Steven Nadler: Espinoza sobre o bem e o mal
6 de janeiro de 2020, por Cardoso de Castronossa tradução
Uma das afirmações mais comuns feitas sobre a filosofia de Espinoza é que ele é um subjetivista, talvez até um emotivista, sobre valores morais e outros. Nesta leitura, as coisas no mundo não são mais boas ou más realmente - isto é, boas ou más independentemente de como são vistas pelas mentes humanas - do que são realmente dolorosas, gostosas, bonitas ou coloridas. Para Espinoza, esta estória assim se passa, a denominação das coisas como "bom" ou "ruim" (ou "certo" ou (…)