Grupo de Estudos Espinosanos
Quase todos que escreveram sobre os Afetos e a maneira de viver dos homens parecem tratar não de coisas naturais, que seguem leis comuns da natureza, mas de coisas que estão fora da natureza. Parecem, antes, conceber o homem na natureza qual um império num império. Pois creem que o homem mais perturba do que segue a ordem da natureza, que possui potência absoluta sobre suas ações, e que não é determinado por nenhum outro que ele próprio. Ademais, atribuem a (…)
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Baruch Espinosa
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Espinosa (E III Pref): afetos
15 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro -
Espinoza (PFCPM:75) – fantasia corpórea
15 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroPortuguês
II. Pelo nome de ideia entendo aquela forma de qualquer pensamento por cuja percepção imediata sou cônscio desse mesmo pensamento.
De tal maneira que eu nada possa exprimir com palavras, entendendo o que digo, sem que por isso mesmo seja certo estar em mim a ideia do que é significado com aquelas palavras. E assim, não chamo de ideias as meras imagens pintadas na fantasia; ou melhor, de modo algum as chamo aqui de ideias enquanto estão na fantasia corpórea, isto é, pintadas em (…) -
Espinosa (Ética III, Prop. IX): o julgamento do bom
15 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroProposição IX
A Mente, tanto enquanto tem ideias claras e distintas como enquanto as tem confusas, esforça-se para perseverar em seu ser por uma duração indefinida e é cônscia deste seu esforço.
Demonstração
A essência da Mente é constituída por ideias adequadas e inadequadas [como mostramos na Prop. 3 desta parte), por isso [pela Prop. 7 desta parte), tanto enquanto tem umas como enquanto tem outras, esforça-se para perseverar em seu ser; e isto [pela Prop. 8 desta parte) por uma (…) -
Espinosa (Ética III, Prop. LV): Mente Impotência Tristeza
15 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroProposição LV
Quando a Mente imagina sua impotência, por isso mesmo se entristece.
Demonstração
A essência da Mente afirma apenas o que a Mente é e pode, ou seja, é da natureza da Mente imaginar unicamente o que põe sua potência de agir (pela Prop. preced.). Assim, quando dizemos que a Mente, ao contemplar a si própria, imagina sua impotência, nada outro dizemos senão que a Mente, ao esforçar-se para imaginar algo que põe sua potência de agir, tem este seu esforço coibido, ou seja (…) -
Chaui (E:14-15) – imanência
15 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroNa Ética [de Espinosa] é afirmada a imanência da substância absolutamente infinita aos seus efeitos como a nervura que sustenta todas as coisas singulares e faz com que se comuniquem, articulando-se umas às outras. A substância se autoproduz na autoprodução de seus infinitos atributos infinitos (ou infinitas ordens infinitas de realidade que agem em uníssono) e na produção imanente de todos os seus modos determinados, cada um deles exprimindo de maneira certa e determinada a essência e a (…)
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Chaui (NR2) – constituição da norma
15 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroSeparando autor e obra, menosprezando o juízo do autor, perdendo a singularidade da ação produtora e de seu efeito singular, a imaginação realiza três operações que Espinosa analisa no Compêndio de gramática hebraica ao mostrar como se dá a passagem de um verbo ou significado de ação à cristalização imóvel de um adjetivo que, a seguir, será substantivado. No caso presente, a imaginação começa por perder o significado verbal de perfectus/ imperfectus como particípios passados de perficere, (…)
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Chaui (NR2) – perfeição em Espinosa
15 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroDo conatus vieram as definições do apetite e do desejo e sua identidade; dele decorrem, agora, as definições dos afetos que Espinosa, juntamente com o desejo (cupiditas), designa como “afetos primários”, dos quais se derivam todos os outros: a alegria (laetitia) e a tristeza (tristitia). Esses afetos são designados paixões da mente:
Por alegria, entenderei na sequência a paixão pela qual a mente passa (transit) a uma maior perfeição. Por tristeza, a paixão pela qual ela passa (transit) a (…) -
Espinosa (Ética IV) – perfeição - imperfeição
15 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroQuem decidiu fazer alguma coisa e a perfez, dirá que sua obra está perfeita; e não só ele próprio, mas também cada um que tenha conhecido ou acreditado conhecer a intenção do Autor daquela obra e seu escopo. Por exemplo, se alguém tiver visto uma obra (que suponho não estar ainda acabada), tendo sabido que o escopo do Autor daquela obra era edificar uma casa, dirá que a casa está imperfeita, e, ao contrário, dirá que está perfeita logo que vir que a obra chegou ao fim que seu Autor decidira (…)
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Espinosa (TTP:cap. XVII) – a decisão é sempre própria
15 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroPor muito que a doutrina do capítulo anterior sobre o direito dos soberanos a tudo e sobre o direito natural de cada um, que para eles é transferido, seja compatível com a prática, e por muito que esta possa estar regulamentada de maneira a aproximar-se cada vez mais de uma tal doutrina, é, todavia, impossível que em muitos aspectos ela não se fique pela mera teoria. Ninguém, com efeito, pode alguma vez transferir para outrem a sua potência e, consequentemente, o seu direito, a ponto de (…)
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Belaief: lei em Espinosa
15 de setembro de 2021, por Cardoso de Castronossa tradução
A noção mais ampla de lei que Espinosa oferece é aquela que enfatiza a regularidade de comportamento: “A palavra lei, tomada em abstrato, significa aquilo pelo qual cada indivíduo, ou todas as coisas, ou algumas coisas de uma espécie em particular, agem em uma e mesma certa e definida maneira, que depende da necessidade natural ou do decreto humano.” Leis que dependem da necessidade natural são a lei divina natural e a lei natural; aquelas que dependem de decreto humano são (…)