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curiosidade
quinta-feira 25 de janeiro de 2024
GURDJIEFF : RBN 1 - DESPERTAR
Já sinto que em teu "falso" — mas de acordo? contigo "real?" — ser?-ciente [consciousness], começam a estar agitadas, como "moscas cegas", todos os datum - principais dados? transmitidos a ti por hereditariedade de teu tio e mãe, a totalidade dos quais, sempre e em tudo, pelo menos engendra em ti o impulso — no entanto extremamente bom — de curiosidade?, como no dado? caso, para descobrir tão rapidamente quanto possível porque eu, quer dizer, um noviço em escrever, cujo nome nem mesmo uma vez foi mencionado nos jornais, subitamente me tornei tão único.
Não importa! Eu pessoalmente estou muito satisfeito com o surgimento desta curiosidade embora somente em teu falso ser-ciente, como já sei de experiência que este impulso desvalioso do homem pode algumas vezes até mesmo passar deste ser-ciente para a natureza? própria de um e se tornar um impulso valioso — o impulso do busca? - desejo pelo conhecimento?, que, por sua vez, assiste à melhor percepção e mesmo à compreensão mais próxima da essência de qualquer objeto? no qual, como por vezes acontece, a atenção de um homem contemporâneo pode concentração - estar concentrada, e portanto eu estou querendo mesmo, com prazer?, satisfazer esta curiosidade que surgiu em ti no momento? presente?.
FILOSOFIA? MODERNA Martin Heidegger : SER E TEMPO — CURIOSIDADE
A constituição fundamental da visão mostra-se numa tendência ontológica para "ver", própria da cotidianidade?. Nós a designamos com o termo? curiosidade. Em suas características, a curiosidade não se limita a ver, exprimindo a tendência para um tipo especial de percepção - encontro perceptivo com o mundo?. Interpretaremos esse fenômeno com um propósito fundamentalmente ontologia? - ontológico-existencial. Não limitaremos a sua orientação pelo conhecimento que, já cedo e na filosofia grega, foi concebido, não por acaso, segundo o "prazer de ver". O tratado que figura? em primeiro lugar na coletânea dos escritos ontológicos de Aristóteles começa com a seguinte frase: pantes anthropoi tou eidenai? oregontai physei (Metafísica, A 1, 980 a), "no ser do homem reside, de modo? essencial, o acurar do ver". Assim começa uma investigação que procura descobrir a origem? da pesquisa científica acerca dos entes e de seu ser a partir deste modo de ser da Dasein? - presença. A interpretação grega da gênese existencial da episteme? - ciência não é casual. Aquilo que se pressignou na sentença de Parmênides — [pois o mesmo é a ser e a pensar?] - chega, nessa interpretação, a uma compreensão temática e explícita. O ser é tudo que se mostra numa percepção puramente intuição - intuitiva, e somente esse tipo de ver descobre o ser. A aletheia? - verdade? originária e autêntica reside na intuição - intuição pura. Desde então, essa tese tem sido o fundamento? da Filosofia - filosofia ocidental. Dela a dialética de Hegel retirou o seu moto e somente à sua base é que se tornou possível.
[...]
A curiosidade liberada, porém, ocupa-se em ver, não para compreender o que vê, ou seja, para chegar a ele num ser, mas apenas para ver. Ela busca apenas o novo a fim? de, por ele renovada, correr para uma outra novidade. Esse acurar em ver não trata de apreender e nem de ser - ser e estar na verdade através do saber?, mas sim das possibilidades de abandono? - abandonar-se ao mundo. Por isso, a curiosidade caracteriza-se, especificamente, por uma impermanência junto ao que está mais próximo. Por isso também não busca o ócio de uma permanência contemplativa e sim a excitação e inquietação mediante o sempre novo e as mudanças do que vem ao encontro. Em sua impermanência, a curiosidade se ocupa da possibilidade? contínua de dispersão. A curiosidade nada? tem a ver com a contemplação admiradora dos entes, o thaumazein. Ela não se empenha em se deixar levar para o que não compreende através da admiração, do espanto. Ela se ocupa em providenciar um conhecimento para simplesmente ter-se tornado consciente?. Os dois momentos constitutivos da curiosidade, a impermanência no meio? - mundo circundante das ocupações e a dispersão em novas possibilidades, fundam a terceira característica essencial desse fenômeno, que chamamos de desamparo. A curiosidade está em toda parte e em parte nenhuma. Este modo de ser-no-mundo? desvela um novo modo de ser da Dasein - presença cotidiana em que ela se encontra constantemente desenraizamento? - desenraizada.