Filosofia – Pensadores e Obras

Categoria: Antiguidade

  • Constitui uma parte muito importante da doutrina, porque não encontramos apenas uma tentativa de descrever a fisiologia dos organismos, e em particular a dos órgãos dos sentidos, mas descobrimos, sobretudo, as primeiras expressões de uma teoria do conhecimento e o remate da visão dramática do mundo, a que preside a luta do Amor e do…

  • A filosofia de Empédocles, não nos surpreenderemos de tal depois do que ficou dito, atribuía uma importância muito grande à metempsicose. Esta visão escatológica tinha antecedentes na tradição órfico-pitagórica, mas podia igualmente encontrar nas teorias empedocleanas da associação e do ciclo dos seres um apoio para as suas posições. Certos comentadores pretenderam defender que o…

  • 60. Parmênides teria sido o primeiro pluralista, se o seu dualismo fosse o da realidade, e não o da aparência — da aparência, pura e simples, ou da aparência da realidade: o dualismo da Luz e da Noite é questão de nomos («convenção»), e não de physis («natureza»), Empédocles institui o pluralismo na realidade, na…

  • 61. Durante a maior parte do longo tempo que já vem desde o início da pesquisa científica dos pré-socráticos, os dois poemas de Empédocles, o «físico» e o «catártico», foram olhados como incompatíveis, tanto quanto incompatíveis podem ser julgados um sistema puramente imanentista, no que respeita ao destino das almas inseparáveis do corpo, e um…

  • 62. Uma hipótese recentemente ensaiada (Kahn, 1958, 1971) constitui o Amor no único traço de união entre o poema «físico» e o poema «catártico», com sentido intencionalmente posto em resolver a contradição entre a alma que, no primeiro, perece com o corpo, e a alma que, no segundo, e em conformidade com as doutrinas orfeo-pitagóricas,…

  • 63. Grave injúria cometeríamos contra o leitor supondo que nesta altura, ainda não lhe tenha ocorrido que Platão, em termos de uma lógica imediadora entre aspectos que se nos oferecem na ambiguidade de um mito, muito bem se entende, post factum, como o término de um desenvolvimento de ideias germinalmente esparsas pelos escritos de seus…

  • Para o daimon de Empédocles, o mundo é uma caverna: já acenamos para a novidade da cifra, na codificação filosófica do mistério do horizonte. Mas a Caverna passa por ser o mais notável e a mais notada «ilustração» da gnosiologia platônica. Já lemos copiosas páginas (por exemplo, Zepf; cf. A. J. Festugière, LA RÉVÉLATION D’HERMES…

  • Este personagem fabuloso impressionou a imaginação de Hölderlin e de Nietzsche, que quiseram fazer dele o tema de tragédias que nunca terminaram. Para Hölderlin, Empédocles é o herói romântico, devorado pelo desejo do infinito; para Nietzsche, é «o homem agonal» no qual se afrontam o século do mito e do orgiasmo e o do racionalismo1.…

  • Escritos na Internet Anaxágoras (século V aC) (nossa página) Depósito Internet Archive Nasceu em Clazômenas cerca de 500 a.C. Por volta de 462, veio para Atenas, de que foi o primeiro filósofo, tendo a filosofia, graças a si, passado da Jônia à Grécia. Sócrates teria seguido as suas lições e sabemos pelo Fédon que ficou…

  • O nascimento do sensível provém da mistura dos moirai, que origina os chremata. De onde provém essa aglomeração a partir do panta homon ? Provém do Espírito: «Tudo o que possui alma, seja o maior seja o menor, encontra-se sob a dominação do Espírito. É igualmente o espírito que ordena a rotação do conjunto, de…

  • No livro Das Partes dos Animais (IV, 10, 687 a 7) Aristóteles permitiu-nos conhecer uma ideia de Anaxágoras, a que aliás se opõe: «Anaxágoras pretende que é porque tem mãos que o homem é o mais inteligente dos animais.» Aristóteles acrescenta: «É mais racional dizer que tem mãos porque é o mais inteligente. Porque a…

  • O problema essencial que se coloca ao comentador consiste em saber o que deve entender-se por este Espírito, que Anaxágoras põe no centro de todas as suas explicações. A dar crédito a Platão, este Espírito não passaria de uma espécie de Deus ex machina sem muita consistência, e Sócrates diz-nos quanto a leitura de Anaxágoras,…

  • Focalizando especialmente Parmênides, Empédocles e a tradição pitagórica, o filósofo inglês Peter Kingsley, escreveu notáveis estudos sobre os pré-socráticos. Por exemplo, seu livro Ancient Philosophy, Mystery, and Magic se divide em três grandes partes: Filosofia, Mistério e Magia. A primeira parte começa a investigação pelos Elementos de Empédocles, aqueles que ele chamava de “Raízes”, razão…

  • Para Heráclito, o lugar predileto da história é o do adversário inominado, a quem Parmênides se oporia, expressis verbis, no frg. 6. Porém, o mais que desses versos se infere é que eles poderiam referir-se a Heráclito (Mansfeld, cap. i), se demonstrável fosse, mediante provas internas ou externas, que Heráclito cronologicamente precedeu Parmênides, e ainda,…

  • Anaxágoras nasceu, provavelmente, no ano 500 a.C. Natural de Clazomena, transferiu-se aos vinte anos para Atenas, cidade da qual foi banido alguns anos antes de sua morte, ocorrida em Lâmpsaco, no ano de 428 a C. As razões de seu exílio devem-se à acusação de impiedade para com os deuses; teria fugido com o auxílio…

  • 1. (No princípio) todas as coisas eram juntas, infinitas em número e infinitas em pequenez. Pois também a pequenez era infinita. E enquanto as coisas juntas permaneciam, nenhuma era claramente reconhecível, de diminuta que era. Pois o ar e o éter, os mais poderosos (mégista) constituintes do todo, quer em número, quer em extensão. (Eudoro…

  • 2. O ar e o éter separaram-se da multiplicidade que os envolvia; e este invólucro é um infinito em quantidade. 2 – Pois o ar e o éter separam-se da multiplicidade circundante, e este circundante é ilimitado em quantidade. (Gerd Bornheim) …pois ar e éter se separam do muito circundante, e o circundante é infinito…

  • 3. Do que é pequeno, não existe o mínimo, mas sempre um menor. Pois o que é não pode deixar de ser (por divisão). Também do grande há sempre um maior, tal (como se dá com) o pequeno, e ao pequeno é igual em quantidade. E em si mesma, cada (coisa) tanto é grande como…

  • Assinalemos na literatura historiográfica os seguintes pontos: 1) para os antigos, todos os pré-socráticos são físicos, isto é, todos teriam escrito livros «acerca da natureza» (peri physeós); 2) quando Aristóteles afirma que a doutrina física de Tales de certo modo depende dos theológoi, quer dizer, daqueles que filosofaram «tomando a Noite como ponto de partida»…

  • Excertos de Jean Borella, “Le mystère du signe” Il semble que ce soient les pythagoriciens et les néo-platoniciens qui aient fait usage de ce terme, sans exclure d’autres vocables tels que allegoria, sèma, hyponoïa (« allégorie », « signe », « signe secret »). C’est ce qu’affirment en particulier Porphyre et Jamblique. « Quand il…