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Sorabji (PC1:65-66) – phantasia pode apreender coisas como verdadeiras ou falsas?

sexta-feira 21 de outubro de 2022, por Cardoso de Castro

  
Simplício  ’: Não, isso requer consciência das próprias cognições. ‘Filópono’: Sim. Observe que ambas as respostas se referem ao caráter inventivo da imaginação.

Simplício

A atividade imaginativa é vivida (pathos) pelo fato de a atividade ser dividida e impressionável (typotikon) e inseparável dos corpos; mas depende de nós, porque não fazemos impressões (anaplattomen tous typous) inteiramente em conformidade com os objetos, nem projetamos (proballein) imaginações (phantasiai) com nossas mentes inteiramente na verdade. Pois assim como a percepção apreende apenas o perceptível, não o perceptível como verdadeiro, também a imaginação (phantasia) apreende apenas as impressões (typoi), não as impressões como verdadeiras, acrescentando tanto à percepção que ela não precisa dos perceptíveis que as impressões parecem estar sempre presentes, mas projetam as impressões de si mesmas, e não seguem inteiramente o que foi visto originalmente, mas acrescentam, subtraem, transformam e elaboram de todas as maneiras. [’Simplicius’ em De Anima 206,11-20]


Mas a convicção (pistis), que acompanha todo conhecimento racional e intelectivo, não está presente em nenhum animal selvagem, pois o conhecimento irracional não pode apreender algo como verdadeiro, mas é apenas o conhecimento da coisa que pode conhecer, sendo verdade, mas não julgando o próprio fato de que é verdade. Pois o conhecimento que apreende que conhece a coisa mesma em geral, ou que o faz verdadeira ou falsamente, volta-se (epistreptike) para ele mesmo, pois ele mesmo conhecerá ele mesmo. [’Simplicius’ em De Anima 211,1-7]

Filopono

Há também a imaginação involuntária (phantasia), tomada das imagens mentais (phantasmata), isto é, dos perceptíveis, e não apenas a imaginação voluntária, que ele justamente disse ser um uso transferido, pois transfere das coisas reais uma fabricação do irreal, por exemplo de um cavalo (hippos) e um touro (tauros) um hipocentauro. Assim, se há imaginação involuntária, não imagino (phantazesthai) o que desejo (thelein), mas por uma única capacidade de discriminar (dynamis kritike) imagino o falso como falso e o verdadeiro como verdadeiro. Pois é por isso que o falso é discriminado do verdadeiro. Tanto a opinião quanto a percepção discriminam o falso do verdadeiro dessa maneira, reconhecendo as coisas como elas são. [’Filoponus’ em De Anima 3, 497,22-30]


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