A consciência designa a essência da manifestação interpretada segundo os pressupostos ontológicos fundamentais do monismo. Por isso, por se identificar com o processo de autodestruição e de separação de si do ser, a consciência apresenta-se sempre, no seu trabalho e no seu devir, como um ato de separar-se do ser, de se elevar acima dele, recuar, opor-se a ele. A emergência da consciência surge assim na sua contemporaneidade com o desdobramento de um distanciamento, com a concretização da (…)
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Henry, Michel
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Consciência enquanto essência da manifestação em Schelling [MHEM]
15 de setembro, por Cardoso de Castro -
Afetividade – Sofrimento
12 de setembro, por Cardoso de CastroNa interação dos conceitos de afetividade e passividade, podemos distinguir uma determinação recíproca de afetividade pela passividade e de passividade pela afetividade. Se a afetividade constitui “a efetiva realização fenomenológica” desta estrutura ontológica que é a passividade, ou seja, define a sua experiência constitutiva, inversamente a passividade fornece a estrutura desta experiência, determina-a como uma relação consigo mesmo em unidade e interioridade radicais. Desta dupla (…)
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Palavras do Cristo [MHPC]
11 de setembroTalvez um dos últimos escritos de Michel Henry, onde os estudos que desenvolveu ao final de sua vida, sobre a tradição cristã, consagrados em seu livro "C’est moi la Vérité" [MHSV] e "Incarnation" [MHE].
Excertos LOGOS
Índice Introdução Palavras do Cristo considerado como um homem se dirigindo aos homens na linguagem que é a deles e lhes falando deles mesmos Decomposição do mundo humano pelo efeito das palavras do Cristo Revolução da condição humana pela palavra do Cristo (…) -
Verbo de Deus [MHPC]
11 de setembroSegundo a teologia cristã (nos interrogaremos mais adiante, de um ponto de vista filosófico, sobre sua verossimilhança ou sua legitimidade), a natureza do Cristo é dupla, humana e divina ao mesmo tempo. Na medida que o Cristo é a Encarnação do Verbo de Deus, é este Verbo, e assim Deus ele mesmo, que habita nele. Mas parece que a carne na qual o Verbo se encarnou é semelhante à nossa, enquanto o Cristo é um homem como nós. Revestindo nossa condição assumiu ao mesmo tempo a finitude. Esta (…)
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Arqui-geração [MHSV]
11 de setembroAté que ponto a Arqui-geração transcendental do Verbo exposto no Prólogo fulgurante de João se opõe a toda genealogia humana e notadamente à pretendida genealogia humana do Cristo para a fazer explodir, é isto que alguns traços retidos entre muitos outros bastarão aqui estabelecer. O primeiro traço da relação que se estabelece entre o pai humano e seu filho, é, portanto, que o segundo é exterior ao primeiro, de tal maneira que pode dele se dispensar, deixar a casa, a exterioridade desta (…)
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Si mesmo [MHSV]
11 de setembroDepois de ter relembrado esquematicamente o que a interpretação do homem como Filho de Deus põe fora de jogo, convém aprofundar a significação positiva. A esta se junta a princípio uma questão inevitável: se o homem porta nele a essência divina da Vida, não é ele Deus ele mesmo ou Cristo ? Em que difere ele deles? O que se trata, é de prosseguir na análise do nascimento transcendental do Filho da Vida bem longe para que os caracteres transcendentais que definem a essência verdadeira do homem (…)
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EU - EUs [MHSV]
11 de setembroA tese do homem “Filho de Deus” recebe então uma dupla significação, negativa e positiva. Negativamente, ela impede que se compreenda o homem como um ser natural, como fazem dele o senso comum e as ciências. Mas ela impede também que se compreenda, do ponto de vista transcendental, como um ser cujo mundo constituiria o horizonte de todas as suas experiências, o modo de aparecer comum a cada uma delas. E pois a afirmação maciça pronunciada por Cristo sobre si mesmo que deve ser retomada a (…)
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Filho no Filho [MHSV]
11 de setembroEssa dissimetria marca a distância infinita que separa Cristo dos outros homens. É esta distância, aliás, o que Cristo não cessa de lembrar-lhes, no fundo, em cada uma de suas palavras e, assim, ao longo de todos os Evangelhos. A dissimetria, todavia, não deixa reconhecer de início sua verdadeira significação. Cristo parece opor-se aos homens compreendidos como seres naturais. Assim, a [182] filiação natural que parece convir a eles e que os dispõe no tempo do mundo segundo a ordem das (…)
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Homem = "Filho de Deus" [MHSV]
11 de setembroEis uma das afirmações mais essenciais do cristianismo: somente a Verdade que é a sua pode dar testemunho de si mesma. Somente ela pode atestar-se a si mesma – revelar-se a si mesma, de si mesma e por si mesma. Esta única Verdade que tem o poder de se revelar a si mesma é a de Deus. E Deus mesmo que se revela, ou o Cristo enquanto é Deus. Mais radicalmente, a essência divina consiste na própria Revelação como autorrevelação, como revelação de si em si a partir de si. Somente aquele a quem (…)
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Fenomenologia de Cristo [MHSV]
11 de setembroNão são declarações ocasionais, nem sequer erros de copistas. E uma razão de ordem apodíctica que prescreve a priori que o caminho que conduz a Cristo só pode ser a repetição de seu Arquinascimento transcendental no seio do Pai, a saber, o processo de autogeração da Vida que o gerou em sua condição de Primeiro Vivente. Pois, se a vida não se tivesse lançado em si para se autoexperimentar em seu fruir de si, jamais a Ipseidade essencial que ela gera desse modo em sua autogeração, assim como (…)