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Anaxímenes

domingo 1º de setembro de 2024

  

Quase nada se sabe da sua vida. Natural de Mileto, o seu acme teria ocorrido em 546 e viria a falecer em 528. Discípulo e amigo de Anaximandro  , teria escrito um livro em dialecto jônio. Como Anaximandro, afirma que a substância fundamental é una e indefinida, e, para ele, determinada, o ar (13 A 5). Sendo o mundo um ser vivo, o ar é-lhe necessário, como ao homem que respira. «Como a nossa alma, sendo ar (aer), nos sustenta, também um sopro (pneuma) e um ar envolvem o mundo inteiro (13 B 2). Existe, pois, como para os Pitagóricos, estreito paralelismo entre microcosmo e macrocosmo.

Anaximandro tinha constatado, mas não explicado, a transformação dos entes uns nos outros. Anaxímenes   apresenta como explicação a rarefacção e a condensação, por meio das quais tudo nasce do ar. A rarefacção engendra o arrefecimento, o vento, as nuvens, a água, a terra e as pedras. Ainda aqui uma questão se levanta: estamos perante uma explicação física ou face a uma visão vitalista, e quase romântica, que explica a vida do universo a partir de ritmos de sístoles e diástoles? Talvez, uma vez mais, a riqueza da mensagem de Anaxímenes consista em nos deixar na ambiguidade, verdadeira imagem da nossa condição.

Parece que, durante muito tempo, Anaxímenes foi considerado o filósofo jônio por excelência. Os últimos representantes da escola jônia foram Hípon, Ideu de Himera, de quem se sabe muito pouco, e, sobretudo, Diógenes de Apolônia((É também incluído entre os Atomistas ou entre os Pitagóricos.)), que retomou a doutrina de Anaxímenes de que o ar é o princípio de todas as coisas, mas acrescentou que é também o elemento da alma do universo e tem, por consequência, afinidades com a alma dos animais e do homem. (Jean Brun  , "Pré-Socráticos")