28. A teoria estoica da alma ilustra o materialismo curiosamente qualificado das suas posições. Numa definição reminiscente de Heráclito a alma é fogo material ou pneuma aquecido (Cícero, De fin. IV, 12; Diógenes Laércio VII, 157 e confrontar a crítica de Plotino in Enéadas IV, 7, 4; mais pormenores sobre o ponto de vista estoico na rubrica pneuma 4-5). Tem oito faculdades: o hegemonikon, os cinco sentidos, e a faculdade da fala e a produtiva (SVF I, 143; ver noesis 16), cada uma (…)
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Estoicismo
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A psyche no Estoicismo
1º de setembro -
noesis (estoicismo)
1º de setembro16. A versão estoica da noesis, a operação do hegemonikon, é propriamente a katalepsis ou apreensão. O processo começa com uma impressão (typosis) nos sentidos que tem como resultado uma imagem sensível (phantasia; ver aisthesis 24-25) Estas são levadas, via pneuma, para o hegemonikon onde ela é primeiro admitida (synkatathesis, adsensio) e é assim apreendida (katalepsis; Cícero, Acad, post. I, 40-42). Deste modo o que era uma imagem sensível (phantasia) torna-se uma imagem inteligível ou (…)
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Epicteto: Felicidade e Ataraxia
1º de setembroExcertos de Epicteto, Manual, trad. do grego de D. Frei António de Sousa, bispo de Viseu, ed. de 1785, pp. 1-151.
Não devemos ter medo nem da pobreza, nem do exílio, nem da prisão, nem da morte. Mas devemos ter medo do medo. Epicteto
Das coisas que há no mundo, umas estão em nossa mão e outras não. Em nossa mão estão a opinião, a suspeita, o apetite, o aborrecimento, o desejo e, numa palavra, todas as obras que são nossas.
Não estão em nossa mão o corpo, a fazenda, nem a honra (…) -
Estoicismo
1º de setembroExtrato de REALE & ANTISERI, História da Filosofia (v 1), p. 251-253
No fim do século IV a.C., a pouco mais de um lustro da fundação do “Jardim”, nascia em Atenas outra escola, destinada a tomar-se a mais famosa da época helenística. Seu fundador foi um jovem de raça semítica, Zenão, nascido em Cítio, na ilha de Chipre, por volta de 333/332 a.C. e que se transferiu para Atenas em 312/311 a.C., atraído pela filosofia. Zenão teve primeiro relações [252] com Crates, o Cínico, e com (…) -
Marco Aurélio: tudo acontece segundo a natureza
1º de setembrotradução do francês
Livro XII, XXVI. - Quando te impacientas com alguma coisa, esqueces que tudo acontece de acordo com a natureza universal; que a falha cometida não te concerne, e também que tudo o que acontece, sempre assim se dá, acontecerá ainda e acontecerá por toda parte, a essa hora mesmo que é. Esqueces o parentesco que une o homem com toda a raça humana, parentesco que não é do sangue ou mesmo da semente, mas que advém da participação comum na mesma Inteligência. Esqueces ainda (…) -
Marco Aurélio
1º de setembroMARCO AURÉLIO, imperador romano e filósofo estoico (Roma 121 — Vindobona 180). Estuda a retórica grega e latina com Fronton, revelando-se filósofo em 133. Adotado por Antonino (138) sob ordem do imperador Adriano, torna-se imperador em 161. "Como imperador, sou o primeiro em Roma; como homem, sou igual a cada um no mundo." É autor de uma obra intitulada A si mesmo, traduzida com o título de Os doze livros da sabedoria, que guarda o aspecto moral do estoicismo: a prática da temperança, da (…)
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akon
1º de setembroákon: espontâneo, involuntariamente, contra a vontade. Platão assim formula os paradoxos socráticos da moral: "ninguém faz o mal voluntariamente" (Protágoras). Aristóteles distingue o ato propriamente dito involuntário, resultando da ignorância, de um ato ouk ekousino, não voluntário, em razão da paixão ou da cólera. akoúsios: involuntário. "Aqueles que fazem o mal fazem-no sempre contra a vontade" (Platão, Górgias, 509e). "Cada um peca involuntariamente" (Epicteto, Leituras, I, XVIII, 14).
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epoché
1º de setembroEsta “abstenção de juízo” se expressaria posteriormente com o termo “epoché”, que é de derivação estoica. Como foi bem destacado recentemente, Zenão afirmava para o sábio a necessidade de não dar assentimento, ou seja, de “suspender o juízo” (epoché) em face ao que é incompreensível (e de dar assentimento só ao que é evidente); Arcesilau e Carnéades (como veremos), em polêmica com os estoicos, sustentam que o sábio “deve suspender o juízo” sobre todas as coisas, porque nada é evidente. O (…)