(in. Fate; fr. Fatalité, al. Fatum; it. Fato).
Destino, no significado la do termo, como necessidade desconhecida, portanto cega, que domina os seres do mundo enquanto partes da ordem total. A noção de fatalidade foi distinguida da noção de destino quando, entre as causas que constituem este último, se quis incluir a vontade e a ação humana. Nesse sentido, Leibniz contrapôs fatum mahometanum, que considera os acontecimentos futuros que não dependem do que o homem pode querer ou fazer, à noção de destino (ou de providência), segundo a qual o que acontecerá no futuro também é determinado, pelo menos em parte, pela ação humana (Théod., I, § 55). Em sentido análogo, Kant contrapõe a fatalidade à necessidade condicional, logo inteligível, da natureza (Crít. R. Pura, Postulados do pensamento empírico). Na filosofia moderna, a noção de fatalidade é polêmica, pois quem a emprega não a considera válida; por isso, pode-se dizer que é espúria em filosofia. Mas não tem esse significado pejorativo na expressão amor fati, que é a definição moderna de destino . Peirce também procurou isentá-la do significado pejorativo dizendo: “fatalidade significa simplesmente aquilo que com certeza acontecerá e que não pode ser absolutamente evitado. É superstição supor que certa espécie de acontecimentos está submetida à fatalidade, assim como é superstição supor que a palavra fatalidade nunca possa livrar-se do caráter supersticioso. É fatalidade que todos nós morreremos” (Chance, Love and Logic, I, cap. 2, § 4, nota; trad. it., p. 41). [Abbagnano]