(in. Empathy; fr. Empathie; al. Einfühlung; it. Empatiá).
União ou Fusão emotiva com outros seres ou objetos (considerados animados). O termo alemão encontra-se em Herder (Vom Erkennenn und Empfinden, Werke, ed. Suphan, VIII, p. 165) e em Novalis, Discípulos em Sais (Werke, ed. Friedemann, II, p. 49). Foi retomado por Robert Vischer (Das optische Formgefühl. Ein Beitrag zur Ästhetik, 1873; reimpresso em Drei Abhandlungen zum ästhetischen Formproblem, 1927, pp. 1-44), mas sua difusão se deve especialmente a Lipps, que o empregou para esclarecer a natureza da experiência estética (Ästhetik, 2 vols., 1903, 2-ed., 1914). Segundo Lipps, essa experiência, assim como o conhecimento dos outros eus, ocorreria mediante um ato de imitação e de projeção. A reprodução das manifestações cor-póreas alheias (devida ao instinto de imitação) reproduziria em nós mesmos as emoções que costumam acompanhá-las, colocando-nos assim no estado emotivo da pessoa a quem essas manifestações pertencem. É justamente essa projeção em outro ser de um estado emotivo despertado em nós pela reprodução imitativa da expressão corpórea dos outros (p. ex., quadro somático do medo ou do ódio, etc.) que seria o modo de comunicação entre as pessoas. Analogamente, a experiência estética consistiria em projetar no objeto estético emoções propriamente humanas, ou seja, em dar “às coisas insensatas sentido e paixão”, como dizia Vico.
O conceito de empatia foi abandonado por estar em conflito com certo número de fatos, sobretudo com o fato evidenciado por Scheler de que os fenômenos de compreensão ou de simpatia nada têm a ver com a empatia ou fusão emotiva (cf. Scheler, Sympathie, I, cap. I). Quanto à função estética atribuída à empatia, v. estética. [Abbagnano]