(lat. characteristica).
Leibniz preferiu dar o nome de característica ou característica universal àquilo que, anteriormente (1666), chamara de “arte combinatória”, isto é, “a arte de formar e de ordenar os caracteres de modo que se refiram aos pensamentos, isto é, de modo que tenham entre si a mesma relação que existe entre os próprios pensamentos. Os caracteres não são senão sinais escritos, desenhados ou esculpidos. Os fundamentos da arte combinatória são expressos pelo próprio Leibniz no livro Fundamenta calculi, ratiocinatoris (Op., ed. Erdmann, pp. 92 ss.) do seguinte modo: Todos os pensamentos humanos podem ser reduzidos a poucas noções primitivas; se tais noções forem expressas com caracteres, isto é, com símbolos, é possível formar os símbolos das noções derivadas e, assim, passar a deduzir tudo o que está implícito nas noções primitivas e nas definições. Desse modo, será possível proceder com certeza matemática tanto à aquisição de novos conhecimentos quanto ao controle dos já possuídos e também será possível determinar antecipadamente que experiências ou novas noções são necessárias a ulteriores desenvolvimentos do conhecimento. A característica deveria, portanto, formar um cálculo lógico, provido de símbolos e regras próprias. Kant comparava a característica universal de Leibniz ao tesouro escondido de que fala uma fábula de Fedro: os filhos, a quem o pai confiara a existência do tesouro no leito de morte, remexem a terra e fertilizam-na, sendo esse o único tesouro que encontram (Nova dilucidatio principiorum metaphysicae, 1755, prop. II). Todavia, a ideia de Leibniz e as várias tentativas de realizá-la constituem o precedente histórico imediato da moderna lógica simbólica. [Abbagnano]