SÊNECA o Filósofo (Lucius Annaeus Séneca, dito), filósofo latino (Córdoba c. 4 a. C. — Roma 65 d. C). Estudou inicialmente eloquência, seguindo depois as lições de três filósofos: Átalo (estoico), Fabiano e Socião (pitagóricos). De volta de um exílio na Córsega (41 a 49), tornou-se preceptor de Nero. Este, quando imperador, implicou-o na conjuração de Pison e ordenou-lhe que se suicidasse. Sêneca abriu as veias sem tremer.
De sua obra volumosa, reter-se-á sua moral próxima do estoicismo, desenvolvida nas Questiones naturales. Opõe-se a Cícero, para quem a vida social e o dever de cidadão deviam estar em primeiro lugar. Sua sabedoria é cultivar a vontade para pôr a felicidade na virtude e não nos acasos da sorte. A originalidade de Sêneca está no detalhe, na penetração com que discerniu os vícios e males de meus contemporâneos, no lugar concedido aos deveres de piedade e humanidade (contra a escravatura, os gladiadores etc). Suas ideias valeram-lhe ser consultado não somente pelos filósofos, mas também pelos papas e pelos moralistas cristãos. [Larousse]