(gr. hegemonikon; lat. principatus; it. Egemonicó).
Segundo os estoicos, a razão que anima e governa o mundo. “Chamo de parte regedora ou governo aquilo que os gregos denominam H., da qual pode e deve estar o mais excelente em cada gênero de coisas. Assim, é preciso que também a parte em que está o governo de toda a natureza seja entre todas a melhor e a mais digna do poder e do domínio sobre todas as coisas” (Cícero, De nat. deor., II, 29). [Abbagnano]
Na tradição pitagórica utilizou-se a expressão hegemônico para designar um princípio supremo, o qual pode ser o número ou a noção de harmonia. Mas quem empregou a noção num sentido filosófico estrito foram os estoicos. Para os representantes do estoicismo antigo e médio (Crisipo, Posidônio) o hegemônico pode referir-se ao cosmos e ser um princípio material, como a terra e, sobretudo, o fogo. Mas com frequência se refere à alma e em especial à “parte diretora da alma”, quer dizer, à parte racional. Esta “parte diretora” é tão importante para os estoicos que, na realidade, não é propriamente uma parte, mas a própria alma, enquanto princípio unificante de todas as operações mentais. Isto não significa que o hegemônico seja algo espiritual; fiéis ao seu corporalismo, os estoicos supunham que havia uma espécie de “matéria racional”, da qual era composto o hegemônico. [Ferrater]