A definição lockiana da pessoa, ou, mais exatamente, “daquilo que representa a pessoa”: “um ser pensante e inteligente, dotado de razão e de reflexão, e que pode se considerar a si mesmo como si mesmo”, supõe não apenas a definição boeciana [121] da pessoa (rationalis naturae individua substantia/subsistentia), mas também a firme rejeição da definição, apresentada por Edward Stillingfleet, bispo de Worcester, na polêmica ocorrida nos anos 1697-1699: “a person is a complete intelligent (…)
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Alain de Libera
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de Libera (AS:121-122) – o sujeito "lockiano"
9 de fevereiro de 2022, por Cardoso de Castro -
De Libera (AS:34-36) – o sujeito "aristotélico" (hypokeimenon)
31 de janeiro de 2022, por Cardoso de CastroPortanto, é com “velhos termos” que apresentaremos a tese mais geral desse nascimento do sujeito: nossa proposta é mostrar que o “sujeito” aristotélico se tornou o sujeito-agente dos modernos tornando-se “supósito” de atos e de operações. Visto que Descartes não teve um papel decisivo no caso, não é de se surpreender tampouco que o “sujeito cartesiano” seja, se não humilhado, pelo menos subordinado à figura leibniziana do “supósito de ações”, herdada da Idade Média e da Segunda Escolástica, (…)
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De Libera: sujeito - gramática e lógica
9 de junho de 2020, por Cardoso de CastroSegundo J.-L. Marion, a crítica nietzschiana confirma sua própria interpretação do cogito, sum como simples “enunciado protocolar” (isto é, “não afirmando nenhuma tese nem enunciando nenhum princípio”); confirma também que, com Descartes, o ego “ascende ao estatuto metafísico de um princípio, na exata medida em que o enunciado protocolar cogito, sum é interpretado como identificação do pensamento com o ser, ou como dedução pelo pensamento da substância ou recondução da substância ao (…)
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De Libera: sujeito e agente
8 de janeiro de 2020, por Cardoso de CastroComo o sujeito pensante, ou, se preferirem, o homem enquanto sujeito e agente do pensamento, entrou na filosofia? E por quê? Nada, para retomar a expressão de Aristóteles falando das Formas platônicas, indicava, na aparência, o nascimento de um tal “monstro”. Ao contrário, tudo parecia excluí-lo: desde o Estagirita, a palavra “sujeito” designava alguma coisa como um suporte ou um substrato dotado de uma capacidade receptiva; “pensamento”, uma afecção ou um afeto, ou, para falar no rude (…)