theôría: teorização, especulação, contemplação, a vida contemplativa
Segundo alguns, a vida contemplativa como um ideal é uma tradição que remonta a Pitágoras (ver Cícero, Tusc. V, 3, 8-9 e D. L. VIII, 8), mas a autoridade no assunto é um acadêmico posterior e assim o ideal pode não ir além do tempo de Platão que faz um esboço digressivo de tal vida no Teeteto 173c-175d, e identifica o tipo superior da atividade humana com a contemplação do Bem (Republica 540a-c) e do Belo (Symp. 210b-212a). O terna aparece cedo em Aristóteles (Protréptico, frg. 6), e atinge o seu mais pleno desenvolvimento na discussão que ele faz da vida contemplativa na Ethica Nichomacos X, 1177a-1179a. É a principal atividade do Primeiro Motor em Aristóteles (Metafísica 1072b; ver noûs 10), e da alma em Plotino (Eneadas VI, 9, 8), mas de um modo muito mais lato do que Aristóteles jamais visionou (ver Eneadas III, 8, 2-7). Para Plotino a atividade (praxis) é uma forma degradada de contemplação (ver physis), mas a tradição neoplatônica posterior, provavelmente começando com Jamblico (ver De myst. II, 11), tendia a situar a theourgia (ver mantike 4-5) acima da theoria. [FEPeters]