Semelhança (homoiotês), semelhante/dessemelhante (homoios/ anhomois), assemelhação (homoiôsis)

Platão define como “semelhantes” aqueles objetos que “de algum modo têm um traço idêntico” (Parm. 139e; cf. 148c, 158e; Aristóteles, Metafísica 1018a; Allen 1997, p. 235 s.). Segundo essa definição ampla, orientada pelo uso coloquial da palavra, semelhança pode significar tanto igualdade completa (emprego sinônimo de homoios e ho autos “o mesmo”: Tim. 39b passim) como concordância em um único ponto. Em Platão não há um conceito mais estrito, técnico de semelhança. Visto que semelhança, exceto no caso especial da igualdade total, implica a presença simultânea de traços idênticos e não idênticos, a atribuição de semelhança ou dessemelhança é, com frequência, uma questão do ponto de vista e controversa entre os interlocutores dos diálogos (Prot. 331d-e). A definição geométrica da semelhança (são semelhantes as figuras em que os ângulos e a proporção dos lados são idênticos, mas os comprimentos dos lados são diferentes: Elementos 6, Definição 1) devia ser conhecida por Platão, mas não é expressamente mencionada (talvez insinuada no contexto da analogia homem-polis em Rep.   435a). [SHÄFER]