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positivismo
quinta-feira 25 de janeiro de 2024
O negativista que o positivista, na verdade?, é, também é a mais perfeita encarnação do «Espírito? que sempre nega», do Grande Separador, do que quer só uma parte, do «todo» se fazendo desentendido, do todo de que a parte é parte, do que aceita recusando, do que recusa escolhendo, do impassível e incompassível Pai dos que «por si? se fizeram», do que enche de nada? os «cheios de si», do Senhor dos condicionados, dos indisponíveis, dos concentrados, dos voluntariosos, do Grande Mantenedor da sub-humanidade, do que não tolera o mais-que-homem, do que nos faz acreditar no progresso de um nada pensado como tudo, do promotor do «desenvolvimento?» mortificante — do Diabo?, numa palavra? só.
56. O negativismo «positivista» sufoca a imaginação que é alma? de um pensamento? em palavras sempre mal? expresso, isto? é, expresso sem o rigor que se exige da expressão científica. [EudoroMito:143]
59. A trans-objetividade? seria quase a aquém-objetividade da filosofia? pré-crítica, se uma vez não tivesse soado a hora do criticismo kantiano. Mas não podemos passar ao lado de um «objetivismo» que nos coage por meio? da Cultura? que tanto e tão profundamente o absorveu, que nos irrequieta ainda e sempre, pelas solicitações do seu mais natural? prolongamento. Na verdade, o positivismo prolonga o criticismo, quando este se afunila até à exclusão definitiva de um número incognoscível. O que, antes, dissemos do Diabo, ao afirmar que o mais ardiloso de seus ardis fora o fazer-nos crer na sua inexistência, aplica-se ao criticismo, prolongado pelo positivismo?. Hoje, o positivismo dá-se por superado e ultrapassado por sistemas filosóficos que, bem? vistos por quem? tem olhos para ver, se mostram como a mais triste das mascaradas. O positivismo é negativista: a forma? que assume a indisponibilidade, por concentração em métodos que são exclusivos do que não decorre logicamente de uma axiomática deliberadamente, arbitrariamente, decididamente constituída para esse mesmo fim?: excluir, como destituído de qualquer significado, o que, a priori?, por deliberação, arbitrariedade e decisão gratuita, não se quer aceitar, por irrazoada e irrazoável concessão aos valores predominantes de uma Cultura que se nega como tal, na medida? em que repele e de si expulsa bens? culturais que, surpreendentemente, reconhece por válidos, quando se trata de estudar outras culturas. [EudoroMito:146-147]
O positivismo é a mais sedutora sedução, que sempre seduziu e continua seduzindo os que já de si propendem para recusar o limite? que dizem inultrapassável, o limite que não se nos apresente como liminar. Mas isto nos vale: a proibição, mesmo a que se tome por persuasiva, atrai a transgressão, ainda que, por momentos longos ou breves, só tenda a proibir a proibição. Mas o positivismo tem mais: atrai a antipatia dos que não suportam que os queiram deter no caminho? que caminham pelo gosto de caminhar. Estes dirão: «Fiquem por aí, se por aí querem ficar, mas não pretendam que eu fique onde não quero ficar.» Destes, há os que são premiados pela graça daquela loucura? a que Platão se referia no Fedro . Nem todos: só alguns. Só os que, tendo deixado pelo caminho todos os pedaços do nada que os enchia de «si», passam o liminar da [165] trans-objectividade, só porque se volveram em inteira disponibilidade. O vazio de «si» não ser?á, por muito tempo?, vazio de Outro. O vazio também atrai e seduz; o vazio total quer total plenitude; e como esta quer derramar-se por onde passa, em breve o disponível se encherá, do modo? miraculoso como tudo acontece na trans-objectividade: por muito cheio que fique o homem do que já não é personalidade? sua, sempre viverá na disponibilidade. [EudoroMito:165-166]
LÉXICO: positivismo