Valéry (Paul), escritor, poeta e pensador francês (Sete 1871 — Paris 1945). Filho de um funcionário das Alfândegas, tornou-se célebre em 1917 com A jovem Parca, longo poema de inspiração simbolista. Eupalinos ou o arquiteto (1923), A alma e a dança (1923), obras em prosa que tiram sua forma dos diálogos socráticos, revelam um verdadeiro pensador. A série de Variedade (cinco volumes, 1924-1944) expõe suas reflexões sobre música, pintura (ele desenhava e gravava) e sobre as artes em que o fogo é utilizado, como também sobre Descartes e os místicos (As páginas célebres da filosofia). Esse pensador se defendia de ser um filósofo sistemático; assegurava que, se tivesse tido uma filosofia, seu objeto seria o possível do homem. Na verdade, o tema de seus pensamentos é o “eu”, visto sob os ângulos mais variados e mais contraditórios (no ditador, na criação artística, na contemplação do mundo ou na audição da música, ou mesmo no exercício da reflexão em A ideia fixa 1932). De suas obras, dos heróis que descreveu — Leonardo, Teste, Fausto etc. — destaca-se a concepção de um dotado de extraordinário poder de criação e capaz de desenvolver, na ordem da arte e da expressão do homem, todo o potencial humano. [Larousse]