(al. Transobjektiv)
Termo usado por N. Hartmann para indicar a parte da realidade que fica além dos limites do conhecido, portanto além do objeto de conhecimento (Metaphysik der Erkenntnis, 2a ed., 1925, p. 50). [Abbagnano]
Se «mundo», em sua totalidade, não pode ser objeto, está bem de ver que não abordaremos a questão pelo lado da ciência conhecida e reconhecida como tal. O que não significa que a desprezemos ou menosprezemos. O que não pode ser objeto está no pré-objetivo ou no trans-objetivo. Não importa como o designemos, embora a minha [66] preferência incida no trans-objetivo, pois não podemos alhear-nos do que já se instituiu como ponto de partida do que quer que se nos apresente como o saber do Homem acerca do que no Mundo existe. De trans-objetividade/subjetividade é, como o possa ser, o nosso conhecimento do mundo, saber do mundo e de sua(s) origem(ns); é questão de trans-objetividade em que se move o pensamento mítico (ou devemos dizer apenas «mítico»). Não do mítico que precede e dá lugar ao lógico, mas o que a este acompanha em todo o seu trajeto histórico, o mítico ainda hoje subjacente e subagente ao pensar que uma vez o negou e renegou, e sempre o nega e renega. [EudoroMito:66-67]