Filosofia – Pensadores e Obras

sincategoremático

(lat. syncategorematicum; in. Syncategorematic; fr. Syncatégorématique; al. Synkategorematisch; it. Sincategorematicó).

Assim são chamadas, na gramática e na lógica medievais, as partes do discurso que não têm significação em si, mas só a adquirem em contato com as outras partes do discurso; exemplos são as conjunções, as preposições, os advérbios, etc. Prisciano (II, 15) diz: “Segundo os dialéticos, as partes do discurso são duas, o nome e o verbo, porque juntas, e só elas, constituem um discurso completo; chamam as outras de sincategoremata, ou seja, co-significantes”. Essa distinção é retomada na lógica de Pedro Hispano (Summ. log., VII, 5, 11), em Tomás de Aquino (In Peri hermeneias), em Duns Scot (In Praedicamenta, 12) e em Ockham (Summa log., I, 4), que assim a expõe: “Alguns termos são categoremáticos, outros sincategoremáticos. (…) Estes últimos não têm significado completo e preciso, e não significam coisas diferentes das significadas pelos categoremata; assim como em aritmética o zero nada significa por sisi mesmo, mas acrescentado a outro algarismo adquire significado”. Ockham aplicou essa distinção ao conceito de infinito e fez a distinção entre infinito categoremático, que designa a quantidade do sujeito ao qual se aplica o predicado infinito, e o infinito sincategoremático, que designa apenas de que maneira o sujeito se comporta com relação ao predicado. Nesse sentido, infinito é aquilo que podemos tornar tão grande quanto queiramos, mas que apesar disso continua finito (Occam, In Sent., I. d. 17, q. 8): conceito que se tornaria fundamental na matemática moderna (v. infinito). Essa palavra também se encontra nos lógicos modernos. Stuart Mill (Logic, I., cap. II, § 2) emprega esse termo para indicar palavras que não podem ser usadas como nome mas como partes de nome. Esse termo é usado em sentido análogo por Husserl (Logische Untersuchungen, II, § 4).

Na lógica contemporânea, as partes sincategoremáticos da linguagem são chamadas mais frequentemente de símbolos impróprios (porquanto não têm significação própria) e divididos em conectivos e operadores. [Abbagnano]


Sincategoremático é o inverso do categoremático, o que de per si não significa senão uma modificação ou determinação de outro conceito como as preposições de, para, etc. [MFSDIC]