Filosofia – Pensadores e Obras

prova ontológica

A prova da existência de Deus. — Distingue-se três tipos de provas clássicas: 1.° a prova ontológica, que deduz da ideia de Deus, ser infinitamente perfeito, a necessidade de sua existência (se ele não existisse, não seria perfeito). Kant censurou a essa prova ser apenas formal e não real: prova a necessidade da ideia de existência e não a da existência real; 2.° a prova cosmológica, que deduz a existência de Deus da necessidade de encontrar-se uma causa primeira para o processo infinito das causas: uma telha cai; a causa é o vento; mas por que o vento? uma depressão atmosférica; mas por que uma depressão?, etc, e remonta-se a Deus. Segundo Kant, essa prova comporta um “salto” injustificável, pois entre nosso conhecimento dos fenômenos naturais (cuja cadeia é infinita) e a afirmação de Deus, não há continuidade mas mudança de registro: o caráter indefinido de nosso conhecimento sensível não constitui em si a prova de um conhecimento transcendente (de Deus). Ou ainda: entre a infinidade (empírica) do mundo e a infinidade (qualitativa) de Deus, não há medida comum; 3.° a, prova psicoteológica, que deduz a existência de Deus da beleza e variedade do mundo, da finalidade na natureza etc. (Deus como Artista supremo). Esta prova, entretanto, funda-se apenas numa analogia, que imaginamos arbitrariamente, entre a atividade do homem e a de Deus. — Kant quis também juntar a essas fracas provas uma prova plenamente válida: a que é baseada na existência em nós do sentimento moral do dever (prova moral de Deus). O próprio fato da obrigação moral é a prova de uma intervenção sobrenatural em nós; representa a voz de Deus: devemos então afirmar sua existência ainda que nada possamos dizer de sua natureza. [Larousse] (v. provas de Deus)