philosophia.- amor da sabedoria, filosofia
1. Pelo relato tradicional grego Pitágoras foi o primeiro a usar o termo philosophia (ver D. L. I, 12; Cícero, Tusc. V, 3, 8), e dotou a palavra com um sentido fortemente religioso e ético (contrastar o uso «Iónico» neutro em Heródoto I, 30), que melhor se pode ver na opinião do filósofo exposta por Sócrates no Fédon 62c-69e. Em Aristóteles perdeu estes matizes pítagóricos (o mesmo processo é visível em Platão, ver phronesis): philosophia tornou-se agora um sinônimo de episteme no sentido de uma disciplina intelectual que procura as causas (Metafísica 1026a). No mesmo passo Aristóteles menciona «primeira filosofia» (prote philosophia) ou «teologia» (ver theologia; «metafísica» é uma palavra posterior) que tem como seu objeto não as coisas mutáveis como a física (também chamada «filosofia segunda», ibid. 1037a), ou as relacionadas com a matéria, como a matemática, mas o ser (on) que é eterno, imutável e separado da matéria. Esta é a mesma ciência chamada sophia na Metafísica 982a-983a.
2. A divisão da filosofia em física, ética e lógica remonta provavelmente ao estoicismo (D. L. VII, 39; Cícero, Acad. post. 5, 19), e também foram os estoicos que alargaram a philosophia para uma vez mais abranger tanto o prático como o teórico: ver a definição de Cícero, De fin. III, 2, 4 como ars vitae; ver sophia, ouranos.
Para a metodologia da filosofia, ver aporia, dialektike, endoxon. [FEPeters]