Filosofia – Pensadores e Obras

phainomenon

phainómenon = aparência

lat. species

Aquilo que aparece da realidade. No plural, às vezes: acontecimentos.

Particípio neutro substantivado do verbo phaínesthai (l!pes. sing.: phaínomai): aparecer. Portanto, é apenas aquilo que os sentidos conhecem da coisa. A noção habitual é de insuficiência (a aparência não nos permite conhecer a realidade) ou mesmo de ilusão (a aparência trai a realidade).

O emprego dessa palavra é raro até Aristóteles. E encontrada uma vez em Anaxágoras: “As aparências são o rosto do invisível” (fr. 21a), e às vezes em Platão: as obras de arte são “coisas aparentes, mas não seres dotados de realidade” (Rep., X, 596e); o autor das obras nada conhece do ser, mas apenas da aparência (ibid.,X., 601b). Aristóteles começa a empregá-la em sentido científico: os fenômenos das esferas, do sol e da lua (Met., A, 8,1073b). É no mesmo sentido que Epicuro a utiliza em sua Carta a Pítocles, cujo objetivo é “dar a conhecer os fenômenos do céu” (D.L., X, 84-126). Quanto a Sexto Empírico, esforçando-se por definir o ceticismo que professa, escreve: “É a faculdade de opor os fenômenos aos conceitos de todas as maneiras possíveis” (Hipot., I, 5). [Gobry]