Pelágio Provavelmente de origem britânica, chegou por volta de 380 a Roma, onde começou lecionando. Em 410 tinha-se mudado para a África, onde suas ideias tiveram a oposição de Aurélio, bispo de Cartago (411). Segundo Pelágio, a vontade humana é completamente livre, capaz do bem e do mal. A graça divina é extremamente concedida de acordo com os méritos de cada um, sendo seu propósito facilitar meramente aquilo que o livre-arbítrio pode fazer por sisi mesmo; assim, o pecado de Adão foi puramente pessoal e não teve qualquer efeito sobre o resto da humanidade. Para Pelágio, a morte não é uma punição por pecados mas uma necessidade da natureza humana. Suas ideias levaram-no a atacar certas práticas: como nascemos todos sem pecado, não há necessidade de batismo de crianças pequenas; além disso, a oração pela conversão de outros é inútil, visto que não pode ajudá-los; a redenção do Cristo só tem efeito como exemplo.
A argumentação de Pelágio suscitou uma torrente de oposição ortodoxa. O bispo de Cartago (411), Santo Agostinho (412), Orósio (415) e São Jerônimo (415) produziram obras de refutação. Em 417, uma conferência de bispos africanos persuadiu o papa Inocêncio I a excomungar Pelágio e a denunciar suas ideias como heréticas, embora mais tarde, nesse mesmo ano, o papa Zózimo I o aceitasse de volta ao seio da Igreja. Entretanto, o imperador Honório, com apoio papal, exilou Pelágio de Roma em 418 por causa de sua insistência em ensinamentos heréticos; e no XVI Concílio de Cartago, 214 bispos africanos condenaram sua doutrina. Um Concílio de Antioquia expulsou-o da Palestina no ano seguinte, e um vigoroso ataque desencadeado pela grande figura de Santo Agostinho de Hipona reduziu ainda mais a influência das ideias de Pelágio. [DIM]