VIDE intelecto agente
Não é este o lugar para reconstruirmos a famosa disputa sobre a unidade ou sobre a multiplicidade do intelecto possível que, originada de uma obscura passagem do De anima de [150] Aristóteles, dividiu profundamente a vida intelectual do século XIII. É suficiente lembrar que Averróis, como porta-voz de uma concepção profunda (que hoje se tornou estranha, mas que certamente está incluída entre as mais elevadas expressões do pensamento medieval), que vê na inteligência algo único e supraindividual, de que cada um é simplesmente, para usar a bela imagem de Proust, um “coinquilino” que se limita a oferecer, com seu ponto de vista, o olhar, sustenta que o intelecto possível é único e separado; incorruptível e eterno, ele se junta (copulatur) contudo a cada um dos homens, para que cada um deles possa concretamente exercer de maneira ativa a intelecção, através dos fantasmas que se encontram no sentido interno. [AgambenE:150-151]