Aristóteles é um grande espírito que faz avançar extraordinariamente o cabedal dos conhecimentos adquiridos reflexivamente. E então a palavra “filosofia” tem ja em Aristóteles o volume enorme de compreender dentro do seu seio e de designar a totalidade dos conhecimentos humanos. O homem conhece reflexivamente certas coisas depois de tê-las estudado e pesquisado. Todas as coisas que o homem conhece e o conhecimento dessas coisas, todo esse conjunto do saber humano, designa-o Aristóteles com a palavra “filosofia”. E desde Aristóteles continua empregando-se a palavra “filosofia” na história da cultura humana com o sentido da totalidade do conhecimento humano. .
Na filosofia, então, distinguem-se diferentes partes. Na época de Aristóteles a distinção ou distribuição corrente das partes da filosofia era: lógica, física, metafísica e ética.
A lógica, na época de Aristóteles, era a parte da filosofia que estudava os meios de adquirir o conhecimento, os métodos do pensamento humano para chegar a conhecer ou as diversas maneiras de que se vale para alcançar conhecimento do ser das coisas.
A palavra “física” designava a segunda parte da filosofia. A física era o conjunto de nosso saber acerca de todas as coisas, fossem quais fossem. Todas as coisas, e a alma humana entre elas, estavam dentro da física, por isso a psicologia, para Aristóteles, formava parte da física, e a física, por sua vez, era a segunda parte da filosofia.
A ética era o nome geral com que se designava na Grécia, na época de Aristóteles, todos os nossos conhecimentos acerca das atividades do homem; o que o homem é; o que o homem produz, que não está na natureza, que não forma parte da física, mas antes é feito pelo homem. O homem, por exemplo, faz o Estado, vai à guerra, tem família, é músico, poeta, pintor, escultor; sobretudo é escultor para os gregos. Pois tudo isto compreendia Aristóteles sob o nome de ética, uma de cujas subpartes era a política. Todavia a palavra “filosofia” abrangia, repito, todo o conjunto dos conhecimentos que o homem podia alcançar. Valia tanto como saber racional. [Morente]