(gr. eu, bem, e thanatos, morte). Método admitido por certas filosofias ou religiões para abreviar uma agonia ou doença sem esperança através de uma morte sem sofrimento. — Essa “morte feliz” foi mesmo preconizada, em escala social, por Platão em sua República: “Quanto aos cidadãos que não são fisicamente sadios, serão deixados morrer”. Os Tempos modernos são menos cínicos, ou mais circunspectos; em compensação, o filósofo inglês Francis Bacon, que aliás criou o termo “eutanásia”, não hesitou em fazer-se o campeão do adoçamento agônico. Em nossos dias, a consciência hesita: terá um homem o direito de atentar contra a vida de outro, ainda que julgue fazer uma caridade, ainda que a vítima peça-lhe isso explicitamente? Aí existe o conflito de deveres: dever de compaixão ou dever de piedade? “Só Deus é senhor da vida ou da morte”, escreve no século XVI o médico Ambroise Paré, definindo o ponto de vista imutável da Fé.
O da Lei, ao menos até o dia de hoje, é o mesmo: os Parlamentos francês, inglês e norte-americano, entre muitos outros, condenaram a eutanásia. [Larousse]