(in. Hegelian right; fr. Droite hégélienne; al. Hegelsche Rechte; it. Destra hegeliana).
As denominações “direita” e “esquerda” hegeliana foram empregadas pela primeira vez por Davi Strauss (Streitscbriften, III, Tübingen, 1837); esses dois termos extraídos dos costumes do Parlamento francês designam as duas grandes correntes antagonistas em que estava cindida a numerosa ala dos discípulos de Hegel. A cisão era devida, predominantemente, às posições que tomavam diante da religião. A direita hegeliana tendia a vincular a doutrina do mestre à religião tradicional; a esquerda hegeliana tendia a contrapô-la a qualquer forma de religião.
A direita hegeliana pode ser considerada a escolástica do hegelianismo: utiliza a razão hegeliana (ou seja, a sistemática de especulação de Hegel) para justificar as verdades religiosas. Esse é, de fato, o principal intuito dos maiores representantes dessa direita como C. F. Göschel, Bruno Bauer (na primeira fase de sua atividade) e o historiador da filosofia J. E. Erdmann. No centro, Strauss punha C. F. Rosenkranz, que foi o biógrafo entusiasta de Hegel (Vida de Hegel, 1844; Apologia de Hegel, 1858). (Cf. Mário Rossi, Intr. alia storia delle interpretazioni di Hegel, I, Messina, 1953) [Abbagnano]