conceptualismo, doutrina segundo a qual nossos conhecimentos aparecem com a experiência, mas não provêm da experiência. — Em outras palavras, nossas ideias gerais se manifestam por ocasião de experiências particulares: por exemplo, a noção universal de justiça pode ser despertada em nós pelo espetáculo de uma injustiça particular, ainda que a ideia em si mesma existisse de modo latente em nosso espírito antes daquela experiência. Era a teoria de Abelardo, mas o nome de “conceptualismo” foi dado às teorias de Aristóteles e de Kant. O conceptualismo se apresenta como uma síntese do empirismo e do racionalismo. [Larousse]
É a orientação do pensamento que atribui só um ser mental aos conceitos universais. O conceptualismo distingue-se do antigo nominalismo, enquanto admite, não apenas nomes comuns, senão também conceitos universais. Contudo nega, contra o realismo, que aos conceitos universais corresponda alguma coisa na realidade. Se com isso se pretende apenas dizer que no mundo das coisas não há senão indivíduos, nada há que objetar. Mas o conceptualismo vai mais longe, afirmando que ao conceito universal nada corresponde na ordem objetiva ou que o que lhe corresponde carece de significado para o nosso conhecimento das coisas. — O conceptualismo surgiu no século XIV, como reação contra um realismo que acentuava exageradamente nas coisas o universal. Segundo Occam o conceito universal é um sinal natural, do mesmo modo que o fumo o é do fogo. Seu conteúdo não se realiza na coisa de maneira idêntica, mas substitui-a no pensamento e, precisamente, a substitui para cada um dos objetos da coletividade. Subsequentemente foi também desfeita a conexão causai do sinal com a coisa. Os conceitos universais não são mais do que recursos para a classificação e ordenação lógicas dos objetos. — Enquanto o conceptualismo empirista, no qual se enquadra também a filosofia da vida (VIDE vida) desdenha o valor dos conceitos “rígidos” em ordem ao conhecimento da realidade constantemente mutável, o conceptualismo racionalista (criticismo e neokantismo) acentua precisamente a necessidade e a universalidade do conhecimento conceptual, mas não o considera fundado nas coisas nem na essência das mesmas, mas só nas funções apriorísticas do sujeito, de sorte que por ele não se pode chegar ao conhecimento das coisas em si. A orientação do pensamento introduzida pelo conceptualismo favorece o individualismo e é hostil à metafísica. — A oposição entre conceitos abstratos e realidade concreta é aplanada, na teoria escolástica da abstração, pelo fato de que justamente o conteúdo dos conceitos se realiza efetivamente no objeto dado, mas de modo diferente, a saber, se verifica na unidade da coisa com outras determinações que não entram no conceito, mas sem que o modo de ser abstrato deste seja jamais predicado dos objetos (VIDE abstração). — Sameler [Brugger]