Expressão com que G. B. Vico designou a sua principal obra, publicada pela primeira vez em 1725 e, em novas edições, em 1730 e em 1744. O título completo Princípios de uma ciência nova acerca da natureza comum das nações expressa a finalidade da obra. Vico propunha-se instaurar uma ciência que tivesse como tarefa o estudo das leis próprias da história humana, do mesmo modo como a ciência natural estuda as leis do mundo natural. Vico quer ser o Bacon da história, propondo-se rastrear sua ordem e exprimi-la em leis. As caracterizações fundamentais que ele dá da Ciência Nova são as seguintes (cf. especialmente a ciência N. de 1744, I, Do método):
1) a Ciência Nova é uma “teologia civil e racional da providência divina”, isto é, a demonstração da ordem providencial que se vai atualizando na sociedade humana, à medida que o homem se ergue da sua queda e da sua miséria primitiva. Vico opõe essa teologia civil (= social) à teologia física da tradição, que demonstra a ação providencial de Deus na natureza;
2) a Ciência Nova é uma “história das ideias humanas sobre a qual parece dever proceder a metafísica da mente humana”: é a determinação do desenvolvimento intelectual humano, desde as origens grosseiras até a racionalidade reflexiva. Nesse sentido, também é uma “crítica filosófica que mostra a origem das ideias humanas e a sua sucessão”;
3) em terceiro lugar, a Ciência Nova tende a descrever ” uma história ideal eterna, sobre a qual transcorram, no tempo, as histórias de todas as nações, nos seus surgimentos, progressos, estados, decadências e fins”. Como tal, a Ciência Nova também é uma ciência dos princípios da história universal e do direito natural universal;
4) a Ciência Nova é, além disso, uma “filosofia da autoridade”, isto é, da tradição, pois é da tradição que extrai as provas de fato (ou filológicas) que comprovam a ordem de sucessão das idades da história.
Sobre o conceito de história de Vico, v. história. [Abbagnano]