Filosofia – Pensadores e Obras

bens

São coisas, por que se anela, porque oferecem ou prometem ao homem conservação, complementação ou satisfação. — A pressuposição do esforço para obter as coisas é o juízo de que elas possuem propriedades capazes de conservar, complementar ou satisfazer. As coisas são bens e desejam-se porque são boas; não são bens, porque são desejadas. O juízo sobre a capacidade delas pode ser errado; os objetivos do homem são, a cada passo, arbitrários; mas é inexato concluir daí que só o desejo converte as coisas em bens. As coisas são bens, mercê de sua perfeição; só na medida em que são reais, podem oferecer manutenção, complementação e perfeição. Todas as coisas, pelo só fato de lhes competir o ser, têm já um começo de bondade ou valor, uma vez que o ente e o bem são uma e a mesma coisa. “Bom”, no sentido pleno, é, sem dúvida, só o que é perfeito de acordo com o seu fim.

Os bens são classificados de diversas maneiras. Acerca da distinção de auto-valor ou valor ou bem por sisi mesmo, valor ou bem útil, etc, (VIDE bem). — Os bens podem ainda dividir-se em internos e externos, consoante estejam interiormente vinculados ao homem ou lhe advenham de fora. Dos bens internos, uns são bens da alma espiritual, como o saber e a virtude; outros são bens do corpo e da vida, como a força física, etc. Aos bens externos pertencem a honra e a liberdade, bem como o conjunto dos bens materiais. Os bens externos são econômicos ou não econômicos (livres). Bens econômicos — entre os quais se contam os bens-coisas e os serviços — são aqueles cuja provisão e administração só é possível mediante gastos.

Com os bens ocupam-se a moral e o direito. A moral indica quais os bens a que o homem pode e deve aspirar e quais os que há-de evitar. Cabe ao direito defender o homem em seus bens, facultar-lhe e assegurar-lhe a obtenção dos que lhe são indispensáveis. — A moral não só mostra o caminho para chegar ao fim último, como também estabelece a hierarquia dos bens. O bem supremo e absoluto é Deus; a seguir, vem o que torna o homem semelhante a Deus e o une a Ele: a santidade e a virtude. Vêm depois os bens internos da alma espiritual: o saber e a fortaleza da vontade. Seguem-se-lhes os bens externos da honra e da liberdade. Só depois vêm os bens internos da vida corporal, como a saúde, a força, a integridade. Ocupam o derradeiro lugar os bens externos materiais. — A doutrina dos bens tem por objeto mostrar qual a essência e o significado de todos eles. — VIDE honra, felicidade, bem, cultura, corpo, ética dos valores, filosofia da economia. — Kleinhappl. [Brugger]