A análise do plano situacional humano (πρᾶξις [praxis]) que passaremos a expor é «fenomenológica» [O grito de guerra «às próprias coisas» corresponde à decisão pelo trabalho concreto. «Wir wollen auf die ‘Sachen selbst’ zurückgehen», E. Husserl, Logische Untersuchungen, II/1, p. 6. Cf. também Martin Heidegger, Sein und Zeit, pp. 28-39, para uma reinterpretação do conceito de fenomenologia, aplicado à analítica existencial do Dasein.]. A consideração fenomenológica das coisas procura perseguir os seus temas no modo como eles próprios se [19] mostram. Ou seja, procura aceder aos entes de cada vez questionados por forma a perguntar pela estrutura do seu ser. A fenomenologia é, neste sentido, o modo como os temas filosóficos são abertos e mantidos nessa abertura. Só o trabalho concreto e o esforço de manter viva a presença dos fenômenos pode tornar claro o seu sentido. Fazer falar os fenômenos a partir da sua unidade de sentido e no modo como eles se mostram é o que caracteriza o esforço da fenomenologia. «Ir até às próprias coisas» significa, em geral, procurar dizer o que é visto e no modo como é visto. [CaeiroArete:19-20]