Filosofia – Pensadores e Obras

acordo

(in. Agreement; fr. Convenance; al. Übereinstimmung; it. Accordo).

Essa noção serviu, na Idade Moderna, para definir a natureza do juízo ou da proposição em geral. Diz a Lógica de Port-Royal: “Depois de conceber as coisas através de nossas ideias, comparamos essas ideias entre si; e descobrindo que algumas estão de acordo entre si e outras não, nós as ligamos ou as desligamos, o que se chama afirmar ou negar e, geralmente, julgar” (Log, II, 3). Essa noção foi usada no mesmo sentido por Locke, para definir o conhecimento em geral, entendido como “a percepção do vínculo e do acordo ou desacordo e da oposição entre as nossas ideias, quaisquer que sejam elas” (Ensaio, IV, 1, § 2). Essa noção foi criticada por Leibniz: “O acordo ou o desacordo não é propriamente o que é expresso pela proposição. Dois ovos estão de acordo e dois inimigos estão em desacordo. Trata-se aqui de um modo de acordo ou de desacordo bastante particular” (Nouv. ess., IV, 5). Spinoza falou de acordo (convenientià) entre a ideia e o seu objeto. “A ideia verdadeira deve convir com o seu ideado; ou seja, o que objetivamente está contido no intelecto deve necessariamente ser dado na natureza” (Et., I, 30). Mas para esse significado, v. verdade. [Abbagnano]