(lat. influxus, influentia; in. Influx; fr. Influence; al. Einfluss; it. Influssó).
Ação exercida por aquilo que é incorpóreo sobre o que é corpóreo. Nesse sentido, Cardano distinguia o influxo da mudança, que é a ação de um corpo sobre um outro corpo, e do alento, que é a ação do incorpóreo sobre o incorpóreo e dá-se exclusivamente na alma (De subtilitate, XXI, em Opera, 1663, III, p. 669 b-670 a). Esse termo tem sido empregado para indicar:
1) A ação determinante dos astros sobre o destino e a vida dos homens, como mediadora da ação divina (cf. p. ex.: Nicolau de Cusa, De doctaignor., II, 12; Pico Della Mirandola, Adv. astralogiam, VI, 2 e passim);
2) A ação do governo de Deus sobre o mundo. Neste sentido, Campannela fala dos três “grandes influxos” nos quais se concretiza a ação de Deus, que são a necessidade, o destino e a harmonia (Met., IX, I; Theol, I, 17, a. 1);
3) A ação da alma sobre o corpo. Neste sentido, essa palavra foi empregada nos sécs. XVII e XVIII. Leibniz diz: “ao se querer fundamentar a opinião vulgar do influxo da alma sobre o corpo com o exemplo de Deus, que atua de fora de si mesmo, tem-se uma semelhança excessiva de Deus com a alma do mundo” (IV Lettre à Clarke, § 34). Baumgarten chama essa doutrina de “Sistema do influxo físico” (Met., § 761). Kant cita essa mesma “opinião vulgar,” rejeitando-a (De mundi sensibilis, etc, IV, § 17). [Abbagnano]