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dualismo

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

Dualismo? (relação corpo?-alma?)

I. A pergunta inicial dos primeiros diálogos? de Platão é sobre como o homem pode chegar ao saber? correto a respeito? das determinações essenciais das coisas?, mais precisamente das virtudes, que guiam a ação. Para isso Platão, no diálogo Mênon (97a-98e), distingue a OPINIÃO correta (orthê doxa?) do saber fundamentado (epistêmê). A resposta à pergunta sobre a origem? do conhecimento? da verdade? (Mên. 80d-86c) é decisiva para a compreensão platônica tanto do ser? quanto do homem. De acordo? com Platão, o conhecimento sensível conduz a uma opinião, cuja exatidão pode ser provável, mas não pode ser estabelecida com segurança e certeza?. Consequentemente, todo o âmbito do devir? material? está eliminado como lugar do conhecimento da verdade. Se, portanto, resta apenas o pensamento? puro como via para o saber, Platão deve explicar como o homem, ao pensar?, chega a conhecimentos que ele não pode ter obtido pela PERCEPÇÃO SENSORIAL. A teoria da assim chamada REMINISCÊNCIA (anamnêsis) serve para isso: a alma do homem já existiu antes e fora do corpo e, nesse estado? preexistente, viu as verdades ideais da essência de todas as coisas. Pelo nascimento no corpo, ela esqueceu essas verdades perfeitamente vistas. Em sua ligação corpórea, a alma só pode atingir o saber mediante um penoso processo de rememorar os conhecimentos essenciais esquecidos, processo no qual ela pode bem? ser auxiliada por mestres filosóficos (cf. a “arte? da parteira” [MAIÊUTICA] de Sócrates). Segundo Platão, o que comumente se entende por “aprender” não é senão o processo da reminiscência. Portanto, a pergunta pela possibilidade? de ganho de saber leva em Platão a um dualismo ontológico e antropológico: da concepção de que o mundo? do DEVIR sensível não pode proporcionar CONHECIMENTO seguro ele deduz a existência de um âmbito de verdades essenciais puramente ideais que transcendem o mundo e são acessíveis apenas ao conhecimento intelectual? do pensamento, e das quais a alma sempre já teve um saber a priori?. [SHÄFER]